Alfama

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Alfama fica em segundo nas marchas

Lisboa viveu no dia 12 de Junho um dos seus dias mais animados, a véspera do Santo António. O ponto alto do dia foi o desfile das 22 marchas populares na Avenida da Liberdade.
As marchas como de costume e segundo manda a tradição competiram entre si para eleger o melhor desfile da cidade. Pela avenida passaram também, fora de concurso, as marchas dos Mercados e Infantil, organizada pela Voz do Operário. No final a grande vencedora foi a marcha do Alto do Pina com 152 pontos, seguida de Alfama (150) e da Madragoa (143). Nas classificações por categoria, a marcha do Alto do Pina venceu ainda o melhor desfile na Avenida da Liberdade e, juntamente com as marchas de Alfama e da Mouraria (14.º), o melhor figurino.
A marcha do Beato, que ficou em 8.º lugar na classificação geral, venceu na categoria de melhor coreografia, enquanto Alfama e Castelo (5.º lugar) tiveram a melhor cenografia.
A melhor letra foi para a marcha do Bairro Alto (7.º lugar) enquanto a marcha da Bica (6.º lugar) venceu na categoria de melhor composição original e, juntamente com a marcha da Madragoa, na de melhor musicalidade.

A origem das
marchas populares

Por meados do século XVIII, em pleno período napoleónico os franceses, iniciaram a moda de dançar as marchas militares, fazendo grandes festejos no mês de Junho para celebrar a tomada da Bastilha.
Chamavam então a essses festejos a “marche aux falambeaux” porque o povo marchava com uns grandes archotes acesos na mão para recordar os revolucionários que tinham tomado a Bastilha.
Mais tarde o conceito foi trazido para Portugal e o povo logo aportuguesou o termo para Marcha do Filambó.
Recorde-se o saudoso Vasco Santana que no filme “Canção de Lisboa” (que o nosso jornal tem oferecido aos assinantes que renovam a sua assinatura), usa esta mesma expressão quando no final de uma luta entre marchantes a polícia dá voz de prisão àquela gente toda e ele diz: “Muito bem sôr guarda, vai aqui tudo para a esquadra na marcha ao filambó”.

Balões em vez de archotes

Na tradição portuguesa os «archotes revolucionários dos franceses» foram substituidos por “balões de papel” e “fogo de artificio”, que tinham sido costumes já trazidos da China no século XVII, e que já eram usados nos arraiais e feiras por todo o País. Mas ar marchas populares pode dizer-se que pegaram de estaca na nossa tradição e assim as antigas danças e cantares de “Maio à Virgem Maria” que entretanto tinham sido proibidas, foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro“. E para terminar em beleza aqui fica a nossa quadra de Santo António:
"Em noite de Santo António
Há manjericos para o freguês
Comes e bebes toda a noite
E lê-se o Mundo Português"

Classificação Final
1º Alto do Pina 152
2º Alfama 150
3º Madragoa 143
4º Marvila 142
5º Castelo 141
6º Bica 138
7º Bairro Alto 136
8º Beato 132
9º S. Vicente 129
10º Graça 128
11º Carnide 121
12º Campolide 118
13º Alcântara 117
14º Sta Engrácia 115
15º Mouraria 114
16º Olivais 111
16º P. de França 109
16º Belém 109
17º Bela Flor 99
18º Baixa 97

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