"O quadro "O fado" de José Malhoa vai estar exposto no renovado Museu do Fado, em Lisboa, que reabre portas quinta-feira com um novo programa museológico.
"Inauguramos com um novo programa museológico na exposição permanente. A alteração principal a nível conceptual é abandonarmos a ideia da recriação de ambientes que era algo que nos constrangia um pouco em termos de espaço de exposição. Ao recriarmos, por exemplo, uma casa de fados não tínhamos espaço para integrar outro tipo de acervo muito importante e que estava na posse de outras instituições", explicou à agência Lusa Sara Pereira, directora do Museu do Fado.
Das colecções municipais vem "O fado" de José Malhoa e também uma litografia de Rafael Bordalo Pinheiro "Os fadistas", de 1873.
Situado no Bairro de Alfama, o Museu que foi outrora uma estação elevatória de águas, abriu em 1998 mas, dez anos passados "muita coisa mudou, publicaram-se muitas obras sobre o tema, designadamente 'Para uma história do fado' de Rui Vieira Nery, e há uma nova geração e um novo olhar sobre o fado".
O ateliê de João Santa-Rita que foi o autor do primeiro Museu voltou a ser escolhido para esta renovação, apostando o projecto de museografia de António Viana, na sobriedade de linhas e na cor branca das paredes "para sobressaírem os objectos expostos".
Um painel de fotografias de fadistas que ocupa os três pisos do Museu "dá as boas vindas ao público", enquanto o visitante munido de um audioguia, disponível em quatro línguas, explica a colecção e permite seleccionar os fados que cada um pretende ouvir.
A aposta nas novas tecnologias é outra das características do "novo" Museu do Fado, disponibilizando postos de consulta que permitem o acesso ao seu espólio, nomeadamente, imagens, repertório, registos áudio, biografia, programas de espectáculos e até pautas, se existirem.
"Esta é uma forma de combater o pouco espaço que temos e, ao mesmo tempo, aproximar o visitante ao nosso acervo", explicou Sara Pereira.
Com esta remodelação, "a relação afectiva que existe da comunidade fadista e do universo do fado com o Museu é ampliada. O cartaz da entrada constituído por vários fadistas é isso mesmo: dá as boas vindas e quer dizer 'a casa é vossa'".
Quanto à exposição, procura-se o "diálogo entre obras emblemáticas do fado como o quadro de Malhoa e a Casa da Mariquinhas construída por Alfredo Marceneiro".
"Vamos ter em depósito o quadro de José Malhoa que pertence às colecções municipais, a gravura do Rafael Bordalo Pinheiro que representa os fadistas de 1873, uma litografia também das colecções dos museus municipais, o quadro do Constantino Esteves, 'O marinheiro', de 1913, do Museu do Chiado, e obras do Júlio Pomar. Teremos uma tela do Cândido da Costa Pinto, 'Lisboeta', de 1952, e uma outra tela que até aqui nunca foi exposta, inédita, do Arnaldo Louro de Almeida de 1947", adiantou Sara Pereira.
A encerrar o ciclo que se inicia com o óleo de Malhoa estará patente a tela de João Vieira, datada de 2005, "O mais português dos quadros a óleo" (versos do fado Malhoa criado por Amália) "e que é uma paródia ao quadro de José Malhoa".
Uma renovação que contou com a consultadoria do musicólogo Rui Vieira Nery e a "colaboração atenta" do Conselho do Fado, constituído pelos fadistas Vicente da Câmara e Carlos do Carmo, os músicos Luísa Amaro e António Chaínho, o construtor de guitarras Gilberto Grácio, a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, representada por Julieta Estrela e Luís de Castro, e a Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, representada por Luís Penedo e Daniel Gouveia."
NL.
In Lusa
"Inauguramos com um novo programa museológico na exposição permanente. A alteração principal a nível conceptual é abandonarmos a ideia da recriação de ambientes que era algo que nos constrangia um pouco em termos de espaço de exposição. Ao recriarmos, por exemplo, uma casa de fados não tínhamos espaço para integrar outro tipo de acervo muito importante e que estava na posse de outras instituições", explicou à agência Lusa Sara Pereira, directora do Museu do Fado.
Das colecções municipais vem "O fado" de José Malhoa e também uma litografia de Rafael Bordalo Pinheiro "Os fadistas", de 1873.
Situado no Bairro de Alfama, o Museu que foi outrora uma estação elevatória de águas, abriu em 1998 mas, dez anos passados "muita coisa mudou, publicaram-se muitas obras sobre o tema, designadamente 'Para uma história do fado' de Rui Vieira Nery, e há uma nova geração e um novo olhar sobre o fado".
O ateliê de João Santa-Rita que foi o autor do primeiro Museu voltou a ser escolhido para esta renovação, apostando o projecto de museografia de António Viana, na sobriedade de linhas e na cor branca das paredes "para sobressaírem os objectos expostos".
Um painel de fotografias de fadistas que ocupa os três pisos do Museu "dá as boas vindas ao público", enquanto o visitante munido de um audioguia, disponível em quatro línguas, explica a colecção e permite seleccionar os fados que cada um pretende ouvir.
A aposta nas novas tecnologias é outra das características do "novo" Museu do Fado, disponibilizando postos de consulta que permitem o acesso ao seu espólio, nomeadamente, imagens, repertório, registos áudio, biografia, programas de espectáculos e até pautas, se existirem.
"Esta é uma forma de combater o pouco espaço que temos e, ao mesmo tempo, aproximar o visitante ao nosso acervo", explicou Sara Pereira.
Com esta remodelação, "a relação afectiva que existe da comunidade fadista e do universo do fado com o Museu é ampliada. O cartaz da entrada constituído por vários fadistas é isso mesmo: dá as boas vindas e quer dizer 'a casa é vossa'".
Quanto à exposição, procura-se o "diálogo entre obras emblemáticas do fado como o quadro de Malhoa e a Casa da Mariquinhas construída por Alfredo Marceneiro".
"Vamos ter em depósito o quadro de José Malhoa que pertence às colecções municipais, a gravura do Rafael Bordalo Pinheiro que representa os fadistas de 1873, uma litografia também das colecções dos museus municipais, o quadro do Constantino Esteves, 'O marinheiro', de 1913, do Museu do Chiado, e obras do Júlio Pomar. Teremos uma tela do Cândido da Costa Pinto, 'Lisboeta', de 1952, e uma outra tela que até aqui nunca foi exposta, inédita, do Arnaldo Louro de Almeida de 1947", adiantou Sara Pereira.
A encerrar o ciclo que se inicia com o óleo de Malhoa estará patente a tela de João Vieira, datada de 2005, "O mais português dos quadros a óleo" (versos do fado Malhoa criado por Amália) "e que é uma paródia ao quadro de José Malhoa".
Uma renovação que contou com a consultadoria do musicólogo Rui Vieira Nery e a "colaboração atenta" do Conselho do Fado, constituído pelos fadistas Vicente da Câmara e Carlos do Carmo, os músicos Luísa Amaro e António Chaínho, o construtor de guitarras Gilberto Grácio, a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, representada por Julieta Estrela e Luís de Castro, e a Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, representada por Luís Penedo e Daniel Gouveia."
NL.
In Lusa
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