Alfama

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Recolha selectiva de Lixo em Alfama

Arrancou no dia 10.10.2008 o sistema de recolha selectiva porta-a-porta em Alfama, Lisboa, abrangendo um total de cerca de 5 000 fogos e 500 entidades. De acordo com informação da Câmara Municipal de Lisboa serão distribuídos regularmente, e de forma personalizada, sacos azuis e amarelos para a recolha selectiva porta-a-porta de papel e embalagens, respectivamente. O papel será recolhido às quintas-feiras e as embalagens às terças-feiras e sábados.
Para a deposição do vidro vão ser colocadas na rua “eco-boxes”. Este equipamento vai substituir o vidrão porque ocupa muito menos espaço na via pública, que é muito limitado neste bairro, e permite o acesso a viaturas de remoção de menores dimensões e mais manobráveis, segundo a autarquia.
A área abrangida corresponde à actual área de remoção por sacos para a fracção indiferenciada, envolvendo a totalidade das freguesias de Santo Estevão, São Miguel e Castelo, uma parte considerável de S. Vicente de Fora e uma parte reduzida da Sé.

Nova exposição no Museu do Fado e da Guitarra


"O quadro "O fado" de José Malhoa vai estar exposto no renovado Museu do Fado, em Lisboa, que reabre portas quinta-feira com um novo programa museológico.
"Inauguramos com um novo programa museológico na exposição permanente. A alteração principal a nível conceptual é abandonarmos a ideia da recriação de ambientes que era algo que nos constrangia um pouco em termos de espaço de exposição. Ao recriarmos, por exemplo, uma casa de fados não tínhamos espaço para integrar outro tipo de acervo muito importante e que estava na posse de outras instituições", explicou à agência Lusa Sara Pereira, directora do Museu do Fado.
Das colecções municipais vem "O fado" de José Malhoa e também uma litografia de Rafael Bordalo Pinheiro "Os fadistas", de 1873.
Situado no Bairro de Alfama, o Museu que foi outrora uma estação elevatória de águas, abriu em 1998 mas, dez anos passados "muita coisa mudou, publicaram-se muitas obras sobre o tema, designadamente 'Para uma história do fado' de Rui Vieira Nery, e há uma nova geração e um novo olhar sobre o fado".
O ateliê de João Santa-Rita que foi o autor do primeiro Museu voltou a ser escolhido para esta renovação, apostando o projecto de museografia de António Viana, na sobriedade de linhas e na cor branca das paredes "para sobressaírem os objectos expostos".
Um painel de fotografias de fadistas que ocupa os três pisos do Museu "dá as boas vindas ao público", enquanto o visitante munido de um audioguia, disponível em quatro línguas, explica a colecção e permite seleccionar os fados que cada um pretende ouvir.
A aposta nas novas tecnologias é outra das características do "novo" Museu do Fado, disponibilizando postos de consulta que permitem o acesso ao seu espólio, nomeadamente, imagens, repertório, registos áudio, biografia, programas de espectáculos e até pautas, se existirem.
"Esta é uma forma de combater o pouco espaço que temos e, ao mesmo tempo, aproximar o visitante ao nosso acervo", explicou Sara Pereira.
Com esta remodelação, "a relação afectiva que existe da comunidade fadista e do universo do fado com o Museu é ampliada. O cartaz da entrada constituído por vários fadistas é isso mesmo: dá as boas vindas e quer dizer 'a casa é vossa'".
Quanto à exposição, procura-se o "diálogo entre obras emblemáticas do fado como o quadro de Malhoa e a Casa da Mariquinhas construída por Alfredo Marceneiro".
"Vamos ter em depósito o quadro de José Malhoa que pertence às colecções municipais, a gravura do Rafael Bordalo Pinheiro que representa os fadistas de 1873, uma litografia também das colecções dos museus municipais, o quadro do Constantino Esteves, 'O marinheiro', de 1913, do Museu do Chiado, e obras do Júlio Pomar. Teremos uma tela do Cândido da Costa Pinto, 'Lisboeta', de 1952, e uma outra tela que até aqui nunca foi exposta, inédita, do Arnaldo Louro de Almeida de 1947", adiantou Sara Pereira.
A encerrar o ciclo que se inicia com o óleo de Malhoa estará patente a tela de João Vieira, datada de 2005, "O mais português dos quadros a óleo" (versos do fado Malhoa criado por Amália) "e que é uma paródia ao quadro de José Malhoa".
Uma renovação que contou com a consultadoria do musicólogo Rui Vieira Nery e a "colaboração atenta" do Conselho do Fado, constituído pelos fadistas Vicente da Câmara e Carlos do Carmo, os músicos Luísa Amaro e António Chaínho, o construtor de guitarras Gilberto Grácio, a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, representada por Julieta Estrela e Luís de Castro, e a Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, representada por Luís Penedo e Daniel Gouveia."
NL.
In Lusa

Câmara corre risco de ficar sem o pátio Dom Fradique



A Câmara de Lisboa expropriou o Pátio Dom Fradique há sete anos, mas nunca avançou com a requalificação necessária. As obras só arrancam em 2011. Os antigos proprietários podem agora pedir a devolução daquela área.
"What happened here?", questionava, ontem de manhã, Celie McAlister. "O que aconteceu aqui?" é como se pode traduzir a pergunta daquela turista norte-americana, ao passar por uma das portas de acesso ao castelo de São Jorge, o monumento mais visitado na capital.
O cenário mais parece fruto de um bombardeamento. E a tradução literal das palavras de Celie só peca por não conseguir transmitir a estupefacção do grupo de turistas e o barulho das "flashadas" das máquinas fotográficas, perante tal degradação e abandono do que resta dos antigos edifícios no pátio Dom Fradique.
Situado entre o emblemático palácio Belmonte - que acolhe aquela que é considerada a melhor unidade hoteleira alfacinha - e as ruas de Maldonados e dos Cegos, há sete anos que o conjunto de casas propriedade da Câmara Municipal de Lisboa serve de abrigo a traficantes, indigentes e jovens que não resistem a grafitar as paredes. Com a agravante de ser via de passagem, não só para os residente da freguesia de Santiago como para os milhares de turistas que ali se cruzam diariamente.
"Há vários anos que tentamos sensibilizar para a necessidade de recuperar ou demolir o que existe. Sentimos que é a face mais vergonhosa da zona histórica. A Câmara diz que não tem dinheiro e, de acordo com as últimas informações que obtive, obras só mesmo em 2011", lamenta Luís Campos, presidente da Junta de Freguesia de Santiago.
Desde 25 de Julho de 2001 que todo o pátio é propriedade do município. Na altura, devido à iminente queda de telhados e paredes, colocando em risco as 30 famílias que ali viviam, a autarquia decidiu expropriar os edifícios aos donos - João José Silva Lico e o palácio Belmonte. Os residentes acabaram por ser realojados, uns perto da freguesia de Santiago, outros em bairros sociais do concelho.
Os projectos da Câmara passavam pela recuperação e reconversão urbanística, mas nada foi feito até agora, à excepção do emparedamento das janelas e portas. Perante o abandono, os anteriores proprietários podem exigir até Outubro de 2008 a devolução dos imóveis.
"Os policias vão passando por ali. Mas à noite não se evita que aconteçam alguns desacatos", admitiu Luís Campos. Encostado ao antigo convento do Menino de Deus e à Fundação Ricardo Espírito Santo, o local tem sido palco constante de pequenos incêndios. "Não se pode fechar o acesso, porque é público. Só que as casas em tabique podem ruir a qualquer momento. Até o arco que existia teve de ser deitado abaixo pelo perigo que representava", acrescentou o autarca.
Ladeando a Cerca Velha da cidade e ligando os bairros de Alfama e do Castelo, o pátio já pouco significado tem, do ponto de vista arquitectónico. Um parecer do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) permite a demolição, desde que acompanhada por arqueólogos.
Uma fonte do Palácio Belmonte garantiu, ao JN, que há vários anos que o hotel não aluga diversos quartos, cujas janelas estão viradas para aquele espaço abandonado.

In Jornal de Noticias

Antigos combatentes travam batalha para recuperar vida perdida nas ruas

Henrique, Eduardo e Francisco sobreviveram à guerra colonial. Três décadas depois encontraram-se na Comunidade Vida e Paz para travar uma nova batalha: reconstruir a vida perdida nas ruas do álcool e das memórias de combates que os transformaram em sem-abrigo.Henrique Castro entrou há cerca de uma ano para o centro de reinserção social da Comunidade Vida e Paz em Sobral de Monte Agraço, pondo fim a seis anos nas ruas de Faro em que a sua companhia diária foram "pacotes de vinho". Com uma voz pousada e olhar cabisbaixo, Henrique Castro, 59 anos, recordou com amargura esses tempos que o separaram da família, falou do sonho de reatar a relação com a mulher e do que mudou na sua vida desde que entrou para a instituição. "Aqui encontrei uma família", contou com um olhar comovido à agência Lusa o antigo militar que combateu em Angola entre 1970 e 1973 e cujas imagens da guerra ainda o acompanham, mas já de uma forma mais ténue. Os dias de Henrique na comunidade são ocupados a fazer pinturas em tecido - "antes pintava automóveis e electrodomésticos" - e a pensar na carta de amor que vai escrever à mulher para a pedir de novo em casamento, depois de já ter reconquistado a amizade dos dois filhos."Sobrevivi a uma guerra e agora tenha outra pela frente: conquistar a minha mulher e retomar a minha vida perdida há 14 anos", sublinhou com um sorriso rasgado.O percurso de Henrique assemelha-se ao de Eduardo, 57 anos. Também combateu em Angola e o vício do álcool arruinou-lhe a vida. "Já bebia antes de ir para a guerra", contou este homem magro e com o rosto marcado pelo sofrimento. Durante anos, a rua foi a sua casa. Um dia teve um acidente, partiu a clavícula e foi parar à cama de um hospital."Não sei como vim parar à comunidade e já cá estou há quatro anos. Se não fosse isto já estava morto", disse Eduardo, enquanto dava os últimos retoques numa jarra de barro na olaria, onde trabalha diariamente. De vez em quando visita os amigos em Alfama, o bairro onde nasceu. A irmã é a família mais chegada que tem, mas já não a vê há 10 anos.Ex-combatente em Angola entre 1972 e 1974, Francisco Ponte, 56 anos, disse guardar "memórias más e boas" da guerra. De olhar nervoso e barba cerrada, contou que teve uma depressão há 10 anos que o levou à condição de sem-abrigo.Durante esse tempo a "família não ajudou". A reviravolta na sua vida deu-se quando há cerca de dois anos entrou na comunidade. "Foi o melhor que me aconteceu, ajudou-me a reconstruir a minha vida".Francisco já saiu da comunidade há três meses para ir viver para uma "casinha" na localidade de Sapataria, junto ao centro de reinserção onde passa os dias para "matar saudades" dos amigos e ajudar na olaria. O combate na Guiné-Bissau entre 1972 e 1974 deixou marcas profundas em António Pereira, 57 anos. "É o sistema nervoso", comentou, contando que teve de abandonar um tratamento de desintoxicação de álcool no Júlio de Matos porque não conseguia aguentar o barulho dos aviões a passar por cima do hospital."Aqui é mais sossegado", frisou. Os dias de António são passados a tratar da roupa da comunidade, mas já tem em vista um emprego em Lisboa."Já fui a uma entrevista de emprego em Lisboa para motorista através do centro", disse, enquanto esboçava um sorriso de orgulho. A vida destes homens cruza-se com a de Manuel Silva, também ex-combatente em Angola. A vida pregou-lhe uma partida quando era jovem. "Fiquei viúvo muito cedo com quatro filhos. Desorientei-me, meti-os num colégio e fui para Espanha, onde voltei a casar e vivi 32 anos", começou por recordar à Lusa. A sua ruína começou com o divórcio, que o levou à bebida e a Portugal. Da vida de sem-abrigo nem se quer lembrar. "Antes quero morrer do que voltar para a rua", confessou com a voz apressada à Lusa.Sentado à torreira do sol, Arnaldo Silva fumava calmamente um cigarro de enrolar e observava o trabalho dos companheiros. É a terceira vez que está na Comunidade Vida e Paz a recuperar do vício do álcool. Aos 61 anos, este antigo militar, que lutou na guerra em Moçambique, já não tem sonhos, ao contrário dos seus companheiros. Sabe que quando sair do centro vai voltar para a rua. "Prefiro estar no centro do que na rua. Já tenho aqui muitos amigos", disse Arnaldo com um sorriso no lábios mas de olhar muito triste.O director da Comunidade Vida e Paz, em Sobral Monte Agraço, Alfredo Martins, adiantou à agência Lusa que é "muito importante que as pessoas que vivem na comunidade se sintam activos, produtivos e estimulados". A maioria destas pessoas foi recolhida da rua pelas equipas do centro e outras foram indicadas por várias instituições. As pessoas chegam aqui com vários problemas psicológicos, de alcoolismo, droga e nós temos cerca de 30 técnicos para os acolher e tratar, disse Alfredo Martins, acrescentado que cada caso merece uma "atenção diferenciada". O tempo máximo que um utente deve estar no centro é 13 meses, mas há muitos que ultrapassam esse tempo."Nós não somos um lar, mas as pessoas precisam de paz", comentou o responsável, admitindo que é difícil "romper os laços" com estas pessoas. "Fazemos uma caminhada de relacionamento e depois é difícil a separação. Temos de garantir que as pessoas não saem daqui para o desamor", concluiu.

in Diario dos Açores

Palácio dos Condes de Coculim

Li esta noticia no blog cidadania LX:


"O Sr.Arq. Silva Dias (recorde-se, deputado municipal e presidente da Comissão de Urbanismo da AML, e provedor da OA, cuja credibilidade depois disto é ZERO) deve ficar muito contente dado o fervor com que o tem defendido, tal como todos quantos a ele afectos também, por calarem, e quem cala consente. Trata-se de um atentado urbanístico que importa denunciar: aquela zona vai ser virada do avesso e a especulação e a construção desenfreada estão de parabéns, tal como a ... CML!"


"Em Abril tínhamos colocado o post que está em rodapé. Mas, amanhã, eis que o assunto volta uma terceira vez a sessão de CML. Fica-se a saber que as coisas quando são chumbadas, são 'corrigidas' para voltarem outra vez até serem aprovadas, porque o que tem de ser tem muita força. É assim como nos referendos ... quando há 'não', há que forçar de novo até dar 'sim'. Desta vez, parece que as 'alterações' são a nível dos telhados, colocaram-se telhas sobre os telhados nús. Tudo o resto é igual. Acresce que este projecto tem tido, nos 'entretantos', lobby descarado de quem não devia fazer lobby algum, dadas as funções que tem profissional e politicamente."


Já tínhamos falado deste palácio noutros textos:






Pode não ser uma arquitectura completamente feia, mas é claramente desproporcionada, num bairro em que por si só já dificulta a entrada de sol. Com prédios deste tamanho onde não existia, mais sombras trará ao bairro.


Mas parece que basta levar o mesmo projecto com alterações de somenos importância até ser aprovado.


Viva o nosso pais.

Telas de pintor holandês roubadas em ruas de Alfama



Inacreditavelmente continuam a acontecer coisas em alfama que não deveriam existir. Mesmo quando se tem a certeza que tal não foi efectiado por pessoas do bairro. Vinte e nove das 87 telas do artista holandês Guus Slauerhoff expostas desde 6 de Junho em ruas da Alfama foram roubadas, estando já a polícia a investigar o caso.
Arie Pos, representante de Slauerhoff, disse à que duas ou três das telas desapareceram antes mesmo da inauguração tendo desaparecido pelo menos 15, talvez mesmo 17 ou 18.
Várias dessas telas, segundo Pos, foram retiradas de varandins, o que só poderia ter sido feito com recurso a escadas e utilizando ferramentas para cortar os fios de nylon ou arame que as afixava.


O representante do artista convencido de que se está em presença de uma operação montada "com todo o cuidado" e com meios por profissionais.
As autoridades policiais foram informadas dos roubos na passada quarta-feira pelo representante do pintor, que lhes entregou 15 fotografias dos quadros roubados.
As telas têm dois formatos - 2,40X1,80 e 2,00X1,80 metros - e são de material plástico transparente com quadros e desenhos do pintor estampados. A exposição, intitulada "Facetas da vida", foi a primeira com estas características realizada pelo pintor.
O "valor de produção" (incluindo a impressão e a tela) é de aproximadamente 200 euros cada, mas, se estivessem à venda numa galeria de arte, cada uma valeria pelo menos 1500 euros, assinalou Pos.


Esta exposição já foi referida neste blog, sendo uma exposição que deveriamos ver, no meio deste bairro de tantas saudades.

Instalação da Fundação Saramago na Casa dos Bicos é bem-vinda pelos comercaintes e moradores



Parece que o escritor José Saramago vai ter uma fundação na Casa dos Bicos em Alfama. Pelo menós é o que se lê na VISÃO:




"A instalação da sede da Fundação José Saramago na Casa dos Bicos é bem-vinda pelos comerciantes de Alfama, que acusam a câmara de imobilismo relativamente à zona.
"Alfama podia ser a galinha dos ovos de ouro, pois os turistas querem ver é ruas estreitinhas e roupas penduradas, mas está tudo tão degradado e feio que fogem daqui", disse Josefa Ribeiro, que dirige um loja de artesanato ao lado da Casa dos Bicos.
A mesma opinião é partilhada por outros comerciantes e alguns moradores ouvidos hoje pela Lusa, que consideraram "positiva" a instalação da sede no edifício, classificado em 1910 como monumento nacional.
"Vir para aqui algo que mexa, que dinamize a zona, é sempre bem-vindo, tanto mais que os turistas de manhã à noite fotografam a casa, mas não podem lá entrar, e vindo algo de cultural, sempre entram", disse Mário Sousa Cerqueira, do restaurante Adega do Atum.
Actualmente a servir cerca de 50 refeições diárias, Mário Sousa Cerqueira espera que a vinda da Fundação do Nobel português "traga dinamismo, gente, e que se olhe para a zona com outros olhos".
Segundo Carlos Pinto, que há 27 anos trabalha no restaurante Solar dos Bicos, "a clientela tem vindo sempre a descer", registando este ano um quebra de 50 por cento no número de refeições servidas relativamente há 20 anos.
"Das 250 refeições que servia estamos a servir actualmente cerca de 100", disse.
A insegurança nas ruas, pouca iluminação e o tráfego automóvel são alguns dos factores apontados para afastar os turistas da Rua dos Bacolheiros, apesar de vários atractivos turísticos, nomeadamente as fachadas dos edifícios contíguos à Casa dos Bicos, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a Velha, ou a casa onde nasceu João Pinto de Carvalho 'Tinop', o primeiro autor de uma história do fado.
"Daqui [rua dos Bacalhoeiros] até Santa Apolónia podia ser uma zona pedonal de esplanadas e outras lojas, sendo uma porta preferencial de acesso ao mais bonito bairro de Lisboa que é Alfama", opinou Carlos Pinto.
Josefa Ribeiro assinalou, por seu turno, que "os turistas evitam esta zona pois só vêem feio, conhecem a Rua Augusta e depois procuram alguma forma de chegar ao Castelo".
Para esta lojista, a instalação da Fundação "é bem-vinda, tanto mais que, sendo um pólo cultural, irá atrair gente".
A presidente da Fundação, Pilar del Rio, disse hoje à Lusa que os objectivos são "a agitação e dinamização culturais".
Sem confirmar o que será instalado na Casa dos Bicos ou o futuro das actuais instalações alugadas na avenida Almirante Gago Coutinho, a responsável esclareceu pretender-se "uma aproximação emocional dos portugueses à obra de autores como Jorge de Sena, Raul Brandão ou José Rodrigues Miguéis, entre outros".
A Casa dos Bicos foi mandada erigir por Afonso Brás de Albuquerque, um filho legitimado por Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia.
Passou por vários proprietários, entre eles um comerciante de bacalhau, até que a Câmara a adquiriu em 1967 a Daisy Maria da Silva Knight.
Desde então foram vários os projectos previstos para ocupar os dois pisos da Casa, desde uma exposição permanente relacionada com a presença portuguesa no Oriente, a um Museu da Cidade ou um do Fado até uma casa de fados.
Na década de 1960, quando a imprensa especulava sobre o fim da carreira de Amália Rodrigues, a fadista confessou em várias entrevistas que gostaria de explorar na Casa dos Bicos um restaurante típico de fados.
Raul Lino, que orientou as obras de consolidação de 1969 a 1974, chegou a apresentar um projecto para adaptação a uma "Casa de Goa".
Entre 1980 e 1981 os arquitectos José Daniel Santa Rita e Manuel Vicente apresentaram um projecto de reinterpretação da Casa e decidiram incorporar-lhe, com elementos contemporâneos, os dois pisos que o terramoto de 1755 destruiu.
Em 1983 foi o núcleo "Dinastia de Avis" da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, seguindo-se um hiato na sua ocupação até 1987, quando recebe a Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, que ali permaneceu até 2002.
Actualmente, funcionam na Casa os serviços relacionados com a vereação de Cultura.
As escavações arqueológicas realizadas no início da década de 1980 trouxeram à luz do dia parte da muralha moura, tanques romanos e até uma garrafeira da família Albuquerque."

O CONVENTO DO SALVADOR, EM ALFAMA-LISBOA , E AS CASAS NOBRES DOS ESTEVES DE AZAMBUJA, ARCOS E NORONHAS, DE ALENQUER


O Doutor Carlos Noronha no seu Blog, sobre a história dos monumentos e Igrejas da zona de Alenquer escreveu um texto, que aqui publico, para todos podermos ver a origem do convento do Salvador e do Palácios dos Arcos ou Casa de S. Miguel:

" É digno de interesse a relação entre o Convento do Salvador, em Alfama, e ao lado o Palácio dos condes dos Arcos, e as nobres casas que foram dos Esteves de Azambuja, os condes dos Arcos e os Noronhas, de Alenquer, D. Leão e D.Tomás.
Com efeito, por volta de 1390, D. João Esteves de Azambuja, que foi bispo do Porto e depois arcebispo de Lisboa, fundou no largo do Salvador, em Alfama, o Convento desse nome, que só mais tarde foi acabado, em 1478, por D. Leonor, mulher de D. João II. Esse Convento situava-se no flanco norte desse largo do Salvador que com uma explêndida acácia dominava uma bela paisagem sobre o bairro de Alfama. Ao lado desse Convento foi construído, no número 22, o Palácio do século XVII que foi dos condes dos Arcos e que depois passou para a Casa de S. Miguel, possuindo brasão num cartel de estilo barroco. Este Palácio terá sido palco dos acordos de ligação entre núcleos e vínculos das Famílias descendentes de D. João Esteves, como foi D. Leão de Noronha (1510-1572) e as Casas dos condes de Arcos e posteriormente a Casa de S. Miguel.

D. Leão de Noronha. que está sepultado no ex-Convento e Igreja de S. Francisco, de Alenquer, com brasão e lápide de grande destaque perto da Casa do Capítulo, foi possuidor do famoso "Prazo de Dom Leão de Alenquer" e era um descendente daquele arcebispo D. João Esteves de Azambuja, há quarta geração.
Muito mais tarde um bisneto de D. Leão de Noronha, de nome D. Tomás de Noronha, casou em 1646 com D. Madalena de Brito e Bourbon, filha do 1º conde dos Arcos, D. Luis de Lima Brito de Noronha. D. Tomás de Noronha que foi conselheiro de Estado do rei D. Afonso VI, tornou-se, pelo casamento, no 3º conde dos Arcos porque o 2º conde, seu cunhado, irmão de sua esposa, faleceu sem deixar descendência. Este D. Tomás de Noronha está também sepultado no ex-convento de S. Francisco de Alenquer; serviu na armada real de Ceuta e foi com o seu irmão D. Francisco um dos 40 conjurados da Revolução de 1640. Teve catorze filhos e faleceu em 1669. Um seu neto com nome idêntico ao seu, D. Tomás de Noronha e Brito, nascido em 1679 casou duas vezes. Casou D. Tomás (neto) na primeira vez, em 1705, com 26 anos, com D. Madalena Bruno de Castro, com 16 anos, filha dos condes de Assumar. Teve quatro filhos e quatro filhas. O segundo casamento deu-se em 1731 com D. Antónia Xavier de Lencastre, esta com 20 anos e ele agora com 52. O curioso é que nesse mesmo ano do seu 2º casamento também casou o seu filho D. Marcos José de Noronha e Brito, do 1º casamento, com uma irmã da D. Antónia Xavier de Lencastre, portanto irmã da segunda mulher do seu pai. A mulher do filho, foi D. Maria Xavier de Lencastre, que passou a ser ao mesmo tempo, nora e cunhada do Sr. D. Tomás de Noronha e Brito. Estas duas senhoras irmãs, eram filhas dos 3ºs. condes de S. Miguel. Assim e por aqui a Casa de S. Miguel ligou-se à Casa dos condes d' Arcos.
D. Marcos José de Noronha e Brito foi o 6º conde d' Arcos; teve dois filhos, que morreram cedo, e mais seis filhas. A herdeira da Casa foi D. Juliana Xavier de Noronha e Brito, nascida em 1732 e casou em 1765 com D. Manuel José de Noronha e Meneses, filho do 4º marquês de Marialva e 6º conde de Cantanhede. Este Senhor, pelo casamento, tornou-se no 7º conde dos Arcos. Esta nobre Casa estava, por volta de 1900, representada na pessoa de D. Maria do Carmo das Dores do Socorro e Neiva da Costa Macedo Giraldes Barba de Noronha e Brito Meneses, 11ª condessa, nascida em 1866. Pelo seu 2º casamento com D. Henrique José de Brito e Meneses de Alarcão, começa, julgamos, a perder-se a varonia dos Arcos passando para a de Alarcão e o 12º conde dos Arcos foi D. José Manuel de Noronha e Brito de Meneses e Alarcão que casou com D. Maria Margarida de Jesus Maria Clara Francisco Xavier de Mendonça, em 1936, proveniente da Família dos condes de Azambuja, duques de Loulé e viscondes de Moçamedes.
O antigo e famoso "Prazo de Dom Leão, em Alenquer", passou a ser representado pelos condes dos Arcos, e pela fonte de recursos a que nos socorremos e que abaixo referenciamos, inferimos que o Senhor D. José Manuel de Noronha e Meneses de Alarcão era à época de 1945, daquele documento, talvez o próprio 12º conde dos Arcos que atrás referimos, ou então um descendente com idêntico nome.
Voltando ao Palácio dos condes dos Arcos, podemos dizer, por aquilo que já lemos, que o mesmo foi quase destruído com o terramoto de 1755. Foi, contudo, reedificado e com as obras que teve no século XIX, a sua traça primitiva ficou bastante alterada. A fachada possuia 8 janelas de sacada no andar nobre, tendo mais 3 pavimentos. O portal tinha as armas dos Arcos, com as quinas de Portugal, no 1º e 4º quarteis do brasão e no 2º e 4º quarteis estavam dois leões rompantes com bordadura de ouro e veios, tudo envolto em bordadura de sete castelos. O pátio do palácio possui arcarias trípticas de volta perfeita.
Do largo do Salvador, saem duas importantes ruas: a da Regueira, talvez uma das mais características de Alfama e a outra a rua Guilherme Braga que vai chegar ao largo de Santo Estevão onde se situa a afamada Igreja de Santo Estevão que serviu já de tema a fados castiços de Lisboa.
E aqui bem perto de nós, não em Lisboa mas em Sobral de Monte Agraço, existiu também uma igreja primitiva que tinha como orago S.Salvador, mas hoje só resta uma porta gótica do século XIV integrada na reconstruída capela do cemitério público. É um espaço que há tempos idos fomos visitar, quando nos dirigiamos para a Igreja manuelina de S.Quintino. A Igreja de S. Salvador, do Sobral de Monte Agraço, era românica-gótica com belos capiteis em suas colunas grossas adossadas às paredes em igreja de nave única. Julgamos que os capiteis estavam esculpidos com motivos de flora e fauna da região (cães, leitões ou cordeiros). "


Fontes: - "O Prazo de Dom Leão, em Alenquer", documento de D. José Manuel
de Noronha e Menezes de Alarcão (conde dos Arcos) - Boletim
da Província da Estremadura, série II, nº IX-1945.
- "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira"
- "Roteiro de Portugal - Lisboa"
Por Carlos Nogueira
(lic. em economia, pelo ISEG)

Paulo Portas do passado e o actual a defender os pobres de alfama

O Ex-ministro da defesa, que, enquanto tal, só se preocupava em comprar, submarinos, carros de combate e a tirar 64 mil cópias de documentos secretos do Ministério da defesa para os ter em casa, veio a Alfama exigir medidas urgentes para “melhorar as condições de vida” dos idosos mais desfavorecidos, destacando que os reformados estão a ser os mais prejudicados com a crise.

Infelizmente não que podemos ligar, basta ver o vídeo e ver que o que ele diz não é para se escrever.

Tenho pena que este tipo de visitas ainda tenha a participação de alguém.

Primeiro Sinal e Regra de Transito



A placa pode ver-se na parede do prédio na Rua do Salvador.
Diz o seguinte:“ANO DE 1686. SUA MAJESTADA ORDENA QUE OS COCHES, SEGES E LITEIRAS, QUE VIEREM DA PORTARIA DE SÃO SALVADOR, RECUEM PARA A MESMA PARTE”.
Quem reinava era D.Pedro II que ordenou que os juízes prendessem todos quantos “disputassem sobre avanço ou recuo de carruagens”. Até essa altura, e sempre que era reclamado o direito de passagem em zonas estreitas, com os coches e liteiras frente a frente, eram frequentes as richas e cenas de pancadaria entre lacaios, nas quais intervinham também os amos. Não raras vezes o conflito alastrava a todo o bairro. Por tudo isto, D.Pedro II fixou as regras para o primeiro “Código de Estrada” da época. A placa em questão representa, assim, a primeira sinalização do trânsito em Lisboa. Em ladeiras recuava quem subia. É exemplar único. Outras houve, similares, na Calçada de S.Vicente, S.Tomé, Largo de Sta Luzia, etc.
PARA FAZER CUMPRIR ESTA LEI, O REI PROIBIU AOS COCHEIROS, LACAIOS E LITEIREIROS O USO DE ADAGAS, BORDÕES OU QUAISQUER OUTRAS ARMAS. ALÉM DISSO, OS PREVARICADORES ERAM CASTIGADOS COM CINCO ANOS DE DEGREDO NA BAÍA, PERNAMBUCO OU RIO DE JANEIRO E DOIS MIL CRUZADOS DE MULTA!!!
Nem assim a situação melhorou!!! Havia que alargar as ruas, mas para isso não havia dinheiro. O terramoto (chamaram-lhe o “civilizador à bruta”) estava aí a chegar…

Marcha de Alfama


Podemos ver aqui a marcha de Alfama na véspera de Santo António, na Avenida da Liberdade.

Mesmo não sendo bairrista e não gostando muito de marchas a nossa musica fica no ouvido.

Foi um segundo lugar, mas soube a primeiro.

A Marcha de Alfama - Trajes de 2008

Fado Falado por João Vilarett

Um fado que descreve Alfama como nunca ouvi ou ouvirei. Descreve o bairro e as pessoas do Bairro. O marinheiro Gingão e a Emilia Cigarreira são uma imagem das pessoas de Alfama. Sinceras, apaixonadas, exaltadas, carinhosas, lutando por tudo aquilo em que acreditam.

Marchas de 2008 - Resultados


Não vencemos as marchas de 2008. também não pode ser sempre. Se fosse assim, mais ninguem concorria. Parabéns Marvila por esta vitória e pelo desfile na avenida. Para o ano estermos melhores e mais fortes. Foi uma boa forma de provar que nõ são os eternos segundos.

Fonte da autarquia adiantou ainda que Marvila venceu também o prémio de Melhor desfile na Avenida, partilhando ainda o primeiro lugar com Alfama na melhor coreografia. Alfama venceu a melhor Musicalidade e Melhor composição original com a música "Lá vai ela".

Castelo ganhou o Melhor Figurino, Bica a Melhor Letra e Beato a Melhor Cenografia.

Primeiros cinco classificados foram:

1º Marvila

2º Alfama

3º Madragoa

4º Beato

5º Castelo

Ensaio da Marcha de Alfama




O ensaio da marcha de alfama pode ser visto aqui.


Podemos ver o Carlos Mendonça, que afirma que "são muitos anos a rasgar pano."


A brincar a brincar, é desta forma que o coreógrafo Carlos Mendonça justifica as sucessivas vitórias da marcha de Alfama (11 primeiros lugares desde 1990), com a qual já trabalha há 19 anos. Já mais a sério, no intervalo do ensaio, Carlos Mendonça confessa que tem "uma disciplina de ferro, quase militar" porque está convencido que "sem trabalho não se consegue nada". Por isso, é extremamente exigente com os seus marchantes que, regra geral, cumprem o que lhes é pedido. "Eu coloco a fasquia cada vez mais alto. E, com algumas concessões da minha parte, eles conseguem cumprir os objectivos. A prová-lo estão as vitórias que temos alcançado", conta ao DN o coreógrafo, para quem o facto da equipa não estar sempre em mudanças é fundamental. "90% destes marchantes já trabalham comigo há anos", diz Carlos Mendonça, algo inibido ao confirmar que é o coreógrafo mais premiado das Marchas.

População de Alfama cultiva bairrismo e acarinha a sua marcha


Desfiles sempre causaram emoções. O bairro é o consagrado campeão e os habitantes vibram Alfama vive as Marchas de Lisboa e os Santos Populares com intensidade genuína. Não é caso para menos. Desde 1990 até 2007, o bairro sagrou-se campeão do concurso alfacinha por 11 vezes. "Alfama é como o Futebol Clube do Porto. Nós ganhamos. O que é que se há-de fazer?", pergunta com um sorriso trocista Maria Emília, 62 anos, "a varina de Alfama", como gosta de se apresentar a dona da peixaria "com o peixe mais fresquinho do bairro". Também ela marchante durante três anos.A poucos dias do Santo António, o bairro fervilha em função do grande acontecimento. "As manhãs são sempre assim. Aqui na Rua da Regueira é um vaivém permanente. Gente que vive aqui no bairro e que anda na suas lides e turistas que chegam aos magotes para ver as vielas e ouvir cantar o fado."

No restaurante do largo anunciam-se como prato do dia.D. Regina já perdeu a conta das vezes que foi fotografada à porta da sua casa. "Adoro viver aqui em Alfama e não trocava a minha casa por nada. Isto é como se fosse uma aldeia", conta esta moradora. Há 42 anos que o bairro é o seu mundo, depois de ter deixado a Beira Baixa para trás. "O meu marido também entrou nas marchas. A última vez foi em 1966. Nesse tempo ainda era a Sociedade Boa União que as organizava. Eu cá nunca marchei. Mas as minhas filhas já e ainda gostam muito de ir ver a marcha ao pavilhão e à avenida", esclarece D. Regina.

Sentadas à soleira da porta, as suas vizinhas dão um dedo de conversa. O tema é obrigatoriamente a marcha. "Este ano a marcha é mesmo linda. E os fatos? Nem se fala." D. Dália confirma. Nascida e criada na Rua da Regueira, há 68 anos, sublinha: "Gosto tanto do bairro como das marchas." Apesar da "malta nova" que vai aparecendo (estrangeiros que escolhem o bairro para morar), das obras de reabilitação que deixam as casas mais pequenas e caras, e do trânsito condicionado que "nos faz a cabeça em água", Alfama tem uma mística." E ainda temos muito bairrismo!" Quando toca a puxar pelo bairro, vai toda a gente. "Alfama é que é! E este ano vamos ganhar outra vez", grita outra vizinha do fundo da rua. "Alfama é linda e a marcha também, apesar de ser ensaiada por um homem do Alto do Pina..."


in DN online

Recortes de Lisboa



"Alfama é o primeiro bairro lisboeta a ser visitado na nova série do canal.


O Canal de História produziu a série Recortes de Lisboa, com estreia marcada para dia 13, às 19.00, cujo o objectivo é "dar a conhecer a história, segredos e todas as curiosidades dos 12 locais mais emblemáticos da cidade", anunciou, ontem, o canal em comunicado.


Alfama foi o bairro escolhido para assinalar a estreia desta produção nacional, coincidindo com o dia de Santo António (padroeiro de Lisboa). Neste episódio, o Canal de História vai percorrer as ruas estreitas e sinuosas daquele bairro típico e revelar todas as curiosidades históricas do local, origens, segredos e os aspectos mais importantes, onde não podem faltar as marchas populares. Castelo, Avenida da Liberdade, Campo Santana, Avenidas Novas, Graça, Parque das Nações, Baixa Pombalina, Bairro Alto, Cais do Sodré e Chiado são os restantes 11 locais que compõem a série, que tem exibição marcada à sexta-feira, até 29 de Agosto, pelas 19.00.


Para comemorar esta estreia, o "canal vai estar presente nas ruas do bairro de Alfama, na noite de Santo António, através de uma acção de street marketing (marketing de rua), que promete surpreender a população", anuncia o canal de cabo. Nesta associação às festividades da cidade, o Canal de História colocará bancadas e decoração alusiva às comemorações, onde serão oferecidos centenas de manjericos com poemas dedicados ao bairro de Alfama e à série Recortes de Lisboa."

In DN on-line

Lisboa Sensorial


"Imagine o que é redescobrir o bairro de Alfama de olhos vendados: são as ruas apertadas, o cheiro das sardinhas a assar, o som de um fado que se ouve ao longe e tantas outras aventuras sensoriais…
São passeios a pé, no bairro de Alfama, em que os participantes têm os olhos vendados e são conduzidos por um guia invisual da ACAPO que partilha as suas referências sensoriais. Estão também presentes um guia Lisbon Walker, que faz a contextualização histórica do percurso, e 4 elementos da Associação do Património e da População de Alfama (APPA), que ajudam os participantes a percorrer o espaço.
O projecto tem dois grandes objectivos:
- proporcionar uma experiência sensorial, que visa a construção de um novo conhecimento do espaço através do estímulo dos sentidos do cheiro, tacto, gosto e audição pela ausência da visão.
- sensibilizar para o universo invisual, não num sentido incapacitante, mas num sentido positivo e estimulante, em que o próprio invisual nos convida a entrar no seu mundo de códigos e referências.

Informações úteis:Datas: dias 12, 19 e 26 de Julho, às 11h
Marcação prévia
Duração do passeio: 1 hora
Número máximo de participantes por passeio: 8Preço por pessoa: 20 Euros (valor a reverter integralmente para a ACAPO)
TM: 913 806 479 / info@cabracega.org
Um projecto Cabracega com a colaboração de: "

Resultado da 1ª Maratona de Fotografia Digital


Veja aqui as fotos da 1ª Maratona de Fotografias Digital de Alfama.

2ª Maratona de Fotografia Digital de Alfama



ALFAMA PONTO DE ENCONTRO12 HORAS 12 ENCONTROS 12 FOTOGRAFIAS



A Maratona de Fotografia Digital de Alfama é organizada pela Associação do Património e da População de Alfama e a edição deste ano – dedicada ao tema ALFAMA PONTO DE ENCONTRO - acontecerá no dia 28 de Junho em vários locais deste bairro de Lisboa. É um evento que pretende levar os amantes da fotografia digital a observar e sentir o bairro de Alfama e a reflectir sobre as suas particularidades. Durante 12 horas, em colaboração com a população e entidades de Alfama, a Maratona irá animar as ruas deste bairro alfacinha, ampliando as actividades que já decorrem por ocasião das Festas de Lisboa.

No contexto do Ano Europeu do Diálogo Intercultural, a segunda edição da Maratona centra a sua atenção na transformação social e cultural que Alfama tem vivido. Actualmente convergem diversas realidades, que aparentemente se sobrepõem e se conflituam. Lado a lado com as mais antigas tradições lisboetas, crescem diferentes e ambiciosos projectos, que fazem de Alfama um ponto de encontro entre o antigo e o moderno. Novos modos de vida interagem com costumes enraizados, contribuindo para a riqueza e a diversidade cultural que caracterizam Alfama.

O desafio do mundo globalizado de hoje é reconhecer esta diversidade e assumi-la como um factor de desenvolvimento das sociedades. Neste campo, o diálogo intercultural desempenha um papel cada vez mais relevante na prevenção e solução de conflitos. Reconhecer o direito a uma identidade cultural própria é tão premente como defender o contacto e a interacção entre diferentes culturas.

A União Europeia definiu o ano de 2008 como o Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Reconhecendo a importância desta discussão e observando a transformação que o bairro de Alfama tem vivido, a APPA lança o desafio a todos os participantes da Maratona: como poderá a diversidade cultural contribuir para uma Alfama melhor?



Veja o regulamento aqui.



Inscrições :

Período de 2 a 27 de Junho de 2008.

Preço - 10€ (02 – 20 Junho)

- 15€ (21 - 27 Junho)



Inscrição presencial

Museu do Fado - Largo do Chafariz de Dentro 1 de segunda a sexta, das 10h00 às 17h30

T. 218 823 470
Inscrição on line:

Preenchimento de formulário a partir de 2 de Junho no site http://www.app-alfama.org/

, através do formulário on-line e transferência bancária para a seguinte conta:

Titular - Associação do Património e da População de Alfama

Banco - Caixa Geral de Depósitos

NIB - 0035 0041 00001811030 70

O comprovativo da transferência deverá ser enviado de seguida para mail@app-alfama.org, acompanhado obrigatoriamente do nome do participante.

Não serve de comprovativo o envio apenas do número da transferência.

13ª Edição da Feira da Ladra Alternativa

Vai-se realizar pela 13ª vez a Feira da Ladra alternativa de 31 de Maio a 1 de Junho.

Fica no Centro Cultural Doutor Magalhães Lima na Igreja do Convento do Salvador.

G u u s S l a u e r h o f f - Facetas de Vida - A l f a m a a c o r e s




"Já começaram a ser colocadas nas ruas do bairro as 85 telas do pintor Guus Saluerhoff, que constituem a instalação "Facetas da Vida - Alfama a Cores", que estará exposta de 1 de Junho a 31 de Outubro de 2008.
Pretende-se estabelecer contactos entre a psique e os ecos do passado do Fado em Alfama e a vida contemporâneano bairro, devolvendo ao Fado uma presença na vida quotidiana. A instalação, integrada na atmosfera da vida pública diária, mostra aspectos do passado, presente e futuro, e espera contribuir para uma reflexão sobre a existência humana. As telas coloridas foram inspiradas na roupa a secar que flutua ao vento nas varandas de Alfama.
A Associação do Património e População de Alfama associa-se a esta iniciativa que traz um olhar e uma presença diferente ao nosso bairro!
Participe na sessão de abertura, no dia 6 de Junho, às 18 horas, no Largo do Chafariz de Dentro."

"A obra do artista plástico holandês Guus Slauerhoff (Sneek, 1945) é dedicada à existência humana e, mais especificamente, ao lado emocional das múltiplas facetas da vida humana. O artista tenta criar um encontro entre a arte e a vida quotidiana. A instalação Facetas de Vida é uma homenagem ao Fado e faz parte de um projecto mais amplo intitulado "A Alma do Fado" onde o artista procura tactear e explorar o audível, tornando-o palpável e visível.

"Facetas de Vida
A instalação Facetas de Vida pretende estabelecer contactos entre a psique e os ecos do passado do Fado em Alfama e a vida contemporânea no bairro, devolvendo ao Fado uma presença na vida quotidiana. A instalação, integrada na atmosfera da vida pública diária, mostra aspectos do passado, presente e futuro, e espera contribuir para uma reflexão sobre a existência humana. As telas coloridas foram inspiradas na roupa a secar que flutua ao vento nas varandas de Alfama.
Espaços Vazios
As 85 telas em exposição (originalmente pinturas e desenhos) decoram as fachadas de casas abandonadas. Os espaços vazios intrigam o artista. "Tenho uma sensação de melancolia e nostalgia quando paro para observar as casas. Imagino-me a entrar nelas e a encontrar as pessoas que aí viveram. Vejo o sofrimento e as alegrias das suas vidas – tal como nas nossas. Os prazeres da vida, onde a música teve o seu papel, os desejos e as paixões, nascimentos, doença, miséria e necessidade, sofrimento e morte. Pessoas dançaram aí, e esperaram, conversaram e talvez choraram de luto ou de solidão. Esse espírito do passado está presente na nossa vida de hoje que anseia por amanhã. As casas são mudas, mas quero dar-lhes uma voz, fazê-las dizer coisas. Expressam os seus sentimentos de saudade e tristeza, aguardando novos habitantes. O vazio, os vidros quebrados, as entradas fechadas com pregos ou tijolos escondem a sua melancolia. Ao sol forte de Lisboa, as casas deitam as suas sombras sobre as ruas e as sombras parecem mais escuras que as das casas habitadas." Essencial para o artista é que a sua arte seja exposta no local onde ela se inspirou, nasceu e foi elaborada. Por essa razão, as telas estão mesmo em casa nas ruas de Alfama.

Fado
Guus Slauerhoff foi conquistado pelo Fado quando, em 2003, descobriu a fadista Cristina Branco que, no seu CD Cristina Branco canta Slauerhoff, cantou adaptações de poemas de um seu primo, o conhecido poeta neerlandês Jan Jacob Slauerhoff (1898-1936). Entre Novembro de 2003 e Março de 2004, o artista acompanhou a cantora numa digressão por teatros nos Países Baixos com a exposição ‘A Emoção do Fado capturada em Imagens’ e desenhou ao vivo durante os concertos.

Alfama
O fascínio pelo Fado levou-o a Lisboa onde, desde 2004, trabalhou durante várias temporadas num projecto, intitulado ‘A Alma do Fado’. Disto resultou, entre outras coisas, a exposição ‘The Soul of Fado’ no Museu do Fado (Novembro 2006-Março 2007)."

Mais pormenores veja aqui

Alfama critica corte nos apoios da Câmara para arraiais populares


"A Presidente da junta de freguesia de Santo Estêvão, em Alfama, assim como as colectividades e os comerciantes e moradores da zona, criticam a Câmara de Lisboa por falta de apoios nos arraiais populares.
Os moradores de Alfama dizem que a zona "está a morrer", a propósito de as colectividades virem a receber este ano da Câmara menos de 75 por cento do dinheiro do ano passado para financiar os arraiais dos santos populares, proposta aprovada em reunião de executivo.
"Estou contra o facto de a Câmara fazer coisas destas", afirma presidente da junta, Lurdes Pinheiro, justificando: "As colectividades é que dinamizam os santos populares e estão a tirar-lhes os meios para isso."
"As colectividades vão ter muitos problemas em cumprir o regulamento que a própria câmara estipulou para os arraiais, como por exemplo a regra que exige música ao vivo. O dinheiro que vão dar agora não chega para pagar nem uma noite de música", observa a presidente da junta.
Os arraiais são organizados por voluntários, "mas não é o pobre que vai pagar as bandas que actuam", reitera Mário Rocha, presidente do Centro Cultural Magalhães Lima, uma das colectividades que costuma receber o apoio da Câmara, e que vê em risco, este ano, a organização dos seus arraiais.
A presidente da junta acredita que a medida adoptada pela câmara "é apenas uma desculpa", pois "entretanto [a câmara] vai apoiando eventos privados como o Rock in Rio".
"A tradição deixa de ser tradição", acrescenta.
Alguns comerciantes como o casal Marques, que gere o restaurante Tolam, criticam as licenças que têm de pagar à Câmara para, por exemplo, porem o "fogareiro na rua".
"Acho mal as colectividades terem apoio e nós não", pois, acredita Fernando Marques, "os comerciantes também fazem a festa" e apresentam condições de que esta necessita, "como as casas de banho que todos usam".
"Pelo menos devíamos estar isentos de pagar a licença", contesta o dono do restaurante, afirmando que assim "a gente acaba por desistir de participar nos arraiais."
"Qualquer dia isto morre. Apenas o amor de algumas pessoas que fazem um grande esforço mantém o Santo António", observa Hermínio Álvaro, morador da freguesia de Santo Estevão.
Artur Pereira, de 63 anos, acrescenta que "antigamente" a festa decorria durante "o mês todo", recordando a existência de "um coreto com um conjunto a tocar": "convivia-se... E agora não permitem isso".
AZR
Lusa/fim

Fado Falado

De João Villaret

Madrugada de Alfama de Amália Rodrigues - (1961)

Mora num beco de Alfama
e chamam-lhe a madrugada,
mas ela, de tão estouvada
nem sabe como se chama.

Mora numa água-furtada
que é a mais alta de Alfama
e que o sol primeiro inflama
quando acorda à madrugada.
Mora numa água-furtada
que é a mais alta de Alfama.

Nem mesmo na Madragoa
ninguém compete com ela,
que do alto da janela
tão cedo beija Lisboa.

E a sua colcha amarela
faz inveja à Madragoa:
Madragoa não perdoa
que madruguem mais do que ela.
E a sua colcha amarela
faz inveja à Madragoa.

Mora num beco de Alfama
e chamam-lhe a madrugada;
são mastros de luz doirada
os ferros da sua cama.

E a sua colcha amarela
a brilhar sobre Lisboa,
é como a estatua de proa
que anuncia a caravela,
a sua colcha amarela
a brilhar sobre Lisboa.

David Mourão-Ferreira

Alfama por Amália Rodrigues

Com letra de José Carlos Ary dos Santos

Tudo isto é Alfama!

Tudo isto é Alfama mas não só!

Mundo Mix e Ass. Património e População de Alfama







Realiza-se, desde sexta feira dia 9 de Maio de 2008 até dia 11 do mesmo mês, o Mundo Mix no Castelo de São Jorge. A Associação do Património e População de Alfama está presente na sua tenda e pretende mostrar a Maratona Fotográfica do ano Passado e apresentar a Maratona de Fotografia Digital de Alfama de 2008.


Esta ir-se-à realizar no dia 28 de Junho de 2008.


Está subordinada ao tema "Alfama ponto de Encontro".



Um tema muito apropriado para um bairro onde podemos ver vário e inúmeros tipos de arquitectura, costumes e pessoas. Onde todos vivem em conjunto e num único bairro, na verdadeira acessão da palavra.

Recuperação do Palácio de Coculim


Foi reprovada pela Câmara Municipal de Lisboa o projecto de "recuperação" do Palácio dos Condes de Coculim, que já foi referido neste blog.
Chamar recuperação a este tipo de intervenção só pode ser considerada brincadeira. Não considero recuperação, manter as fachadas e acrescentar um outro edifício, completamente diferente e moderno que parece que brotou feito vulcão das entranhas do antigo.
O Arquitecto que o desenhou não dá valor ao edifício antigo, nem ao novo.
Mas talvez seja apenas a força do poder do dinheiro dos proprietário a querer a todo o custo um Hotel de 5 estrelas rentável, com o maior numero de quartos.
Mas a questão de se fazer um edifício com mais pisos que o já existente coloca outra questão. Não terão os edifícios situados nas traseiras deste um direito, chamado de direito a vistas. Não terão os habitantes dos edifícios nas traseiras direito a que seja mantida a vista sobre o rio que sempre tiveram. Pois se assim não for poderá ser no futuro edificado um prédio frente ao Rio que tape toda a vista do Palácio dos Condes de Coculim. Talvez ai os proprietário do referido Hotel a ser contruído no palácio não achem justo ou legal.
No entanto e por enquanto foi chumbado o presente projecto. Graças também à luta de Bernardo Ferreira de Carvalho, Diogo Moura, Carlos Leite de Sousa, João Chambers, Júlio Amorim, Miguel Atanásio Carvalho, Nuno Caiado, Paulo Ferrero e Virgílio Marques que escreveram esta carta à CML.
"Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Exmo. Sr. Vereador do Urbanismo,
Foi agendado por V.Exas, para aprovação em reunião de CML da próxima 4ªF o projecto 33/URB2006, que diz respeito ao loteamento/emparcelamento/demolição/ ampliação e construção do denominado 'Hotel do Cais de Santarém', no antigo Palácio dos Condes de Coculim, abrangendo 5 edifícios localizados, entre outras, na Rua do Cais de Santarém, Nº 40-66, Rua do Arco de Jesus, Nº 2-10 e Rua de São João da Praça, Nº 23-29 e 59-63. Nada temos a opor quanto à ideia de transformar aquele imenso quarteirão em hotel de 5*****, que poderá ser uma mais valia em termos de revitalização da zona e reabilitação do edificado, apenas consideramos que o projecto em causa é, do ponto de vista urbanístico, uma aberração em termos de volumetria (quadruplica a volumetria quando, em termos de PDM, só se permite naquela zona uma duplicação dos índices) e estética (quebrando-se, de forma radical, o equilíbrio estético e urbanístico daquela zona histórica de Lisboa, onde, por sinal, a CML afirma ter preocupações renovadas, vide SRU-Baixa-Chiado etc. ).
Assim, ao que conhecemos, o projecto em causa consiste em construir uma estrutura moderna, tipo 'bunker', com 4 pisos, em cima dos antigos armazéns e do que resta do palácio dos Condes de Coculim, alterando profundamente as vistas de quem está por detrás, ou seja, desde São João da Praça, Sé, etc., mas também desde a Rua do Cais de Santarém e do rio. Visualmente, é um mono. Também nas traseiras, na Rua de São João da Praça, se procede à alteração completa da esquina da rua, junto à igreja de S.João da Praça, zona calma, de baixa volumetria e também fazendo parte do conjunto Sé-Alfama, destruindo mais uma vez o equilíbrio urbanístico local, sendo que não será de somenos o impacte a nível do tráfego automóvel referente ao futuro abastecimento do hotel. Por isso, apelamos a V. Exas. que recusem este projecto tal como está, devolvendo-o ao promotor a fim de o redimensionar, salvaguardando o equilíbrio urbanístico daquela zona sensível de Lisboa, e as características estéticas da mesma, e respeitando, obviamente o PDM em vigor.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Riquezas descobertas no Largo Chafariz de Dentro

Descobri mais um Blog de um novo habitante de Alfama e desde logo já adora o bairro para onde foi.
Desse bloge trago este texto.
"A riqueza do largo posta à descobertaJá se sabia que existia um troço da Cerca Fernandina no Largo do Chafariz de Dentro, mas nunca se imaginou que estavam ali enterrados objectos da importância dos que foram recentemente encontrados pelos arqueólogos do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade com o apoio da Unidade de Projecto de Alfama. A muralha, construída entre 1373 e 1375, é desmantelada em 1765 para a construção do edifício da Alfândega. Durante esses quase quatro séculos, os habitantes de Alfama foram deixando inúmeros vestígios que agora são recuperados e estudados pelos arqueólogos. Nas várias camadas de terra analisadas, existiam restos de comida e objectos que permitem fazer um retrato mais rigoroso da Lisboa de então, em particular da segunda metade do século XVI, quando a cidade era capital de um império à escala mundial. Esses achados remetem para o quotidiano, especialmente os hábitos alimentares e as práticas e usos do dia-a-dia. Lado a lado estão marcas de uma Alfama de pescadores e de marítimos, mas também de uma Alfama nobre. Exemplo disso é o grande número de porcelanas Ming da China, as faianças italianas ou mesmo um dente de marfim.Não é comum encontrar este tipo de objectos nas escavações arqueológicas em Lisboa. Aliás, o Largo do Chafariz de Dentro é especialmente rico em descobertas. De acordo com os responsáveis do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade, em dois anos e meio foi encontrado mais material neste largo do que em todas as outras obras feitas em Alfama. O trabalho dos arqueólogos não termina aqui. Segue-se a fase morosa do tratamento dos materiais, que deverá dar lugar a posteriores estudos científicos e trabalhos de divulgação junto da população em geral. Dada a qualidade de alguns objectos prevê-se que integrarão a exposição permanente do Museu da Cidade."

Dou as boas-vindas a este novo habitante do nosso bairro.

União Soviética das almas na Páscoa Ortodoxa


Li no Diário de Noticias a celebração por centenas de estrangeiros e portugueses da Páscoa Ortodoxa em Alfama. Alfama e Portugal sempre teve uma história onde os povos e as culturas se unem e se juntam. Sempre teve uma cultura de mixenização e união entre os povos. De tolerância e compreensão de culturas. Apesar de a arquitectura de Alfama ser fechada e virada para dentro sempre houve no bairro o espírito oposto.Fico contente quando isso ainda acontece neste mundo e país tão intolerante.

De lembrar que dentro de pouco tempo vai-se realizar a II Maratona Fotográfica de Alfama sobodinado ao tema "Alfama ponto de encontro".


Esta é a noticia:

"Mais de 500 ortodoxos de vários países celebraram até de madrugada
Em Alfama, na igreja russa mais ocidental da Euroásia, a celebração da Páscoa ortodoxa recriou, na noite de sábado para domingo, uma espécie de união soviética das almas.

Umas cinco centenas de russos, mas também moldavos, ucranianos, sérvios e imigrantes de outros países do ex-bloco de Leste, juntaram-se em harmonia na Rua do Jardim do Tabaco, em Lisboa, para comemorar a ressurreição de Cristo, partilhando provavelmente a celebração pascoal mais quente do continente europeu.

Até perto das 5 horas da madrugada.O termómetro marcava 23 graus pouco antes das 23 horas quando, no interior da singela igreja do Patriarcado de Moscovo, a azáfama dos últimos preparativos convivia com a placidez das senhoras sentadas com lenços coloridos enrolados à cabeça, um traje obrigatório para as mulheres. Os fiéis, em constante corropío, transportando cestas de comida, tinham de tomar cuidado para não tropeçar num berbequim e num martelo, enquanto ainda havia quem, empoleirado num escadote, vestisse de papel de prata duas vigas de ferro à entrada da igreja.

Lá fora, junto à porta, o sacerdote Arsérnio absolvia, com grande informalidade, os pecados de alguns fiéis. Este ano o sacerdote teve menos trabalho. No ano passado foram quase cinco mil as pessoas que ali acorreram para a celebração. A comunidade de imigrantes cristãos ortodoxos em Portugal está a encolher, apertada pelo desemprego e pela deprimida economia que teima em não crescer tanto quanto devia.Nada que perturbe demasiado Dumitru, um moldavo de 44 anos, que trabalha na empresa de enchidos Sicasal, e está em Portugal há seis anos. "Muitos moldavos estão a sair para outros países, como Inglaterra e Irlanda, mas aqui está-se bem, tudo normal", diz num sorriso optimista. A confiança é pelo menos suficiente para ter mandado vir a mulher, Parascovia, que cá está há seis meses. De lenço à cabeça, Parascovia segura algumas velas na mão - que acenderá mais tarde quando sair a procissão para dar a volta ao quarteirão - , e faz questão de falar, num português muito incipiente, das tradições que unem todos os que ali estão. Como a do jejum de seis semanas, de carne e leite, que antecede a Páscoa e a dos ovos cozidos pintados, que são levados para serem benzidos e que deverão dar sorte durante um ano. Parascovia ainda não se conforma, contudo, com a decisão tomada em 1582 pela Igreja Romana de adoptar o calendário Gregoriano, elaborado pelo Papa Gregório XIII, que ditou a celebração da Páscoa numa data diferente.

"Era mais bonito ser tudo no mesmo dia", disse.Enquanto a missa decorria, com a maior parte da assistência sem lugar dentro da igreja, as irmãs moldavas Natalia, 22 anos, e Cristina Navin, de 15, aguardavam cá fora. A família Navin representa mais um exemplo de que, se é verdade que muitos imigrantes estão a sair, muitos continuam ainda a chegar a Portugal. Num Português irrepreensível, aprendido há apenas quatro anos, dizem que agora Portugal é a sua pátria, pois vários membros da família, num total de 29, já estão todos cá.Para desespero da PSP - com a missão de interromper o trânsito - a procissão só saiu pelas ruas Alfama já perto da meia-noite, feita de velas acesas e de um longo e sereno cântico, que nem o latir de um cachorro pouco ortoxo foi capaz de perturbar. A celebração continuou com a bênção das cestas de comida e um concerto pascal das crianças da Comunidade de Todos os Santos. Estava mais do que aberto o apetite para o banquete, às 04.00 da manhã."

Itenerários da Fé


Desde o mês de Janeiro que se realiza mais uma edição dos "Itinerários da Fé", percursos pedestres que oferecem uma oportunidade única para descobrir a história desconhecida de algumas das mais emblemáticas Igrejas da capital.

Para além dos percursos da Baixa e do Chiado, iguais ao ano passado, foram criados dois novos itinerários - Graça/Alfama e Castelo/Alfama. A segunda edição desta iniciativa decorre todos os Sábados, às 10h00, até Julho deste ano, mediante marcação prévia.

Depois do sucesso dos Ciclos de Música Sacra que têm levado milhares de pessoas às Igrejas da Capital, a herança da espiritualidade do povo de Lisboa pode ser revisitada, até ao Verão, no coração da cidade, em mais uma iniciativa organizada pelas Paróquias da Baixa e do Chiado: "Itinerários da Fé", percursos pedestres na zona nobre da capital em torno da dimensão histórica, arquitectónica, e monumental da Fé Cristã.

No primeiro Sábado de cada mês, decorre o Circuito da Baixa, com início na Sé, às 10h00; no segundo Sábado de cada mês percorrem-se as Igrejas do Castelo/Alfama, com início na Igreja de Santa Cruz do Castelo; o terceiro Sábado do mês está reservado para o itinerário do Chiado (que começa à mesma hora na Igreja de São Roque), ficando o último Sábado destinado às Igrejas da Graça/Alfama, com ponto de encontro marcado junto ao miradouro, na Igreja da Graça.

As visitas, organizadas para grupos entre 15 e 25 pessoas, requerem inscrição prévia, junto dos serviços da Igreja de S. Nicolau. Apenas as Igrejas serão visitadas, sendo que os museus não estão incluídos nesta iniciativa. É também possível marcar percursos em outras datas para além das previstas, com o objectivo de facilitar a deslocação de grupos privados, associações e escolas. Estes percursos especiais ficam, no entanto, sujeitos à disponibilidade das paróquias e dos guias.

Marcação: 21 887 9549 (sexta-feira das 15h às 18h)
e-mail: itinerariosdafe@paroquiasaonicolau.pt
Preço: 3€ por pessoa.
Igreja de São Nicolau
Rua da Vitória 1100-618 Lisboa
Fax: 21 886 5766

Carnaval em Alfama


A população de Alfama juntou-se aos festejos de Carnaval da Cidade de Lisboa.

Pelo menos por um dia, apesar de o Carnaval serem três, conseguiu colocar os problemas para traz das costas.

Vejam as fotografias.

Palácio dos condes de S. Miguel ou dos Condes dos Arcos - Correcção


Recebi um comentário onde fui informado que não foi por esquecimento que o brasão dos condes dos Arcos está tapado, mas é um acto de luto, pela morte do filho dos proprietários, em 2007.

Pelo erro, peço imensa desculpa.

Pela perda de um filho, dou as mais sinceras condolências.

Alguém, como eu, que defende a história do bairro, só pode defender esta velha tradição de luto pelos falecidos.

Obrigado Sra. Lanka Horstink, por me corrigir.

Em qualquer erro futuro não hesite em me mandar um comentário.

Palácio dos condes de S. Miguel ou dos Condes dos Arcos II

Passei no outro dia no Largo do Salvador, porque um leitor, deste blog, me disse que o brasão dos proprietários está tapado à mais de um ano.

De repente veio-me à memória uma imagem semelhante. Quando lá passei vi esta imagem.

Mas, se o prédio (parece) estar restaurado, qual a razão deste pano. Esquecimento? Ainda não foi restaurado o brasão? Se tal for verdade como o vão restaurar sem andaimes?

Pelo que me consegui aperceber é puro lusitano esquecimento.

Assim, se possível seria bom que retirassem este pano sobre um brasão que demonstra uma parte da história do bairro.

A história está no bairro e nem precisamos de desenterrá-la, basta destapá-la.

A riqueza do largo posta à descoberta

Está no site da Junta de Freguesia de Santo Estêvão, esta noticia, que achei que devia colocá-la aqui.

É um site interessante que ensina muito sobre o bairro. É pena não ser algo que todas as juntas do Bairro tenham como objectivo:


"Já se sabia que existia um troço da Cerca Fernandina no Largo do Chafariz de Dentro, mas nunca se imaginou que estavam ali enterrados objectos da importância dos que foram recentemente encontrados pelos arqueólogos do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade com o apoio da Unidade de Projecto de Alfama.
A muralha, construída entre 1373 e 1375, é desmantelada em 1765 para a construção do edifício da Alfândega. Durante esses quase quatro séculos, os habitantes de Alfama foram deixando inúmeros vestígios que agora são recuperados e estudados pelos arqueólogos.
Nas várias camadas de terra analisadas, existiam restos de comida e objectos que permitem fazer um retrato mais rigoroso da Lisboa de então, em particular da segunda metade do século XVI, quando a cidade era capital de um império à escala mundial. Esses achados remetem para o quotidiano, especialmente os hábitos alimentares e as práticas e usos do dia-a-dia.
Lado a lado estão marcas de uma Alfama de pescadores e de marítimos, mas também de uma Alfama nobre. Exemplo disso é o grande número de porcelanas Ming da China, as faianças italianas ou mesmo um dente de marfim.
Não é comum encontrar este tipo de objectos nas escavações arqueológicas em Lisboa. Aliás, o Largo do Chafariz de Dentro é especialmente rico em descobertas. De acordo com os responsáveis do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade, em dois anos e meio foi encontrado mais material neste largo do que em todas as outras obras feitas em Alfama.
O trabalho dos arqueólogos não termina aqui. Segue-se a fase morosa do tratamento dos materiais, que deverá dar lugar a posteriores estudos científicos e trabalhos de divulgação junto da população em geral. Dada a qualidade de alguns objectos prevê-se que integrarão a exposição permanente do Museu da Cidade."

Filmagens em Alfama

Vi, neste Blog (Alfama) esta noticia.

"Alfama, com as suas caracteristicas únicas, é sempre um palco muito utilizado para séries, filmes e documentários, mas nos últimos meses um fenómeno diferente invadiu Alfama: as telenovelas da TVI. Invadem as pequenas e apertadas ruas de Alfama de carrinhas, equipamento televisivo e actores.
Sem querer discutir a qualidade da telenovela em questão (”Deixa-me Amar”), há questões que me parecem pertinentes:
- A população nunca ser avisada de quando vão fazer as filmagens.- A utilização de dezenas de lugares de estacionamento num local onde já de origem são insuficientes (associado ao facto de nunca se saber as datas em que essa “ocupação tem lugar), com a reserva dos locais pela Policia Municipal no dia anterior impossibilitando as pessoas de estacionar no interior de Alfama (onde tem um lugar que é pago [embora o valor seja pouco significativo]) e levando-as a ter que estacionar longe de suas casas em locais com parquimetro.- A ocupação de ruas durante o dia inteiro, impossibilitando a passagem de pessoas.
Todo o incómodo causado por estas filmagens poderia ser diminuido com simples avisos à população com a data e hora das filmagens, e com o fornecimento de locais alternativos de estacionamento para os residentes.
Existem, no entanto, no bairro bons exemplos:

A RTP recentemente filmou em Alfama, e colocou avisos à população em todos os automoveis e prédios, mostrando assim como é possivel filmar em Alfama e respeitar a população.
Mas a diferença não se mostrou só ai, a produção da RTP utilizou os serviços do Grupo Sportivo Adicence para servir refeições, em vez de encher um pouco mais Alfama com carrinhas de catering que nada trazem ao bairro."

Palacio dos Condes de S. Miguel ou dos Condes dos Arcos





No Largo do Salvador nº 14 a 24, ergue-se o grande e singelo Palácio dos Condes dos Arcos ou dos Condes de S. Miguel. Fundado por D. João Esteves de Azambuja, bispo do Porto, a sua história encontra-se ligada à do vizinho Convento do Salvador. O palácio foi ampliado no século XVII, passando para a posse dos condes dos Arcos de Valdevez. Ostentando fachada austera, apresenta no portal as armas dos seus segundos proprietários, abrindo-se depois num pátio com arcadas. Destaquem-se ainda os azulejos setecentistas e a pequena capela.


Passou para a posse de D. Francisco Nuno Álvares Botelho, 1º Conde de S. Miguel, titulo criado pelo Rei D. Filipe III, de Portugal, IV de Espanha em 1633.


Hoje é ainda visível a fachada austera e no portal as armas dos proprietários.

Por ser um imóvel particular, não é permitido visitar o seu interior.

É mais um imóvel que devia ser tratado, recuperado de modo a que não entre no nevoeiro do esquecimento da população.

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