Alfama

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Palácio dos Condes de Coculim

Li esta noticia no blog cidadania LX:


"O Sr.Arq. Silva Dias (recorde-se, deputado municipal e presidente da Comissão de Urbanismo da AML, e provedor da OA, cuja credibilidade depois disto é ZERO) deve ficar muito contente dado o fervor com que o tem defendido, tal como todos quantos a ele afectos também, por calarem, e quem cala consente. Trata-se de um atentado urbanístico que importa denunciar: aquela zona vai ser virada do avesso e a especulação e a construção desenfreada estão de parabéns, tal como a ... CML!"


"Em Abril tínhamos colocado o post que está em rodapé. Mas, amanhã, eis que o assunto volta uma terceira vez a sessão de CML. Fica-se a saber que as coisas quando são chumbadas, são 'corrigidas' para voltarem outra vez até serem aprovadas, porque o que tem de ser tem muita força. É assim como nos referendos ... quando há 'não', há que forçar de novo até dar 'sim'. Desta vez, parece que as 'alterações' são a nível dos telhados, colocaram-se telhas sobre os telhados nús. Tudo o resto é igual. Acresce que este projecto tem tido, nos 'entretantos', lobby descarado de quem não devia fazer lobby algum, dadas as funções que tem profissional e politicamente."


Já tínhamos falado deste palácio noutros textos:






Pode não ser uma arquitectura completamente feia, mas é claramente desproporcionada, num bairro em que por si só já dificulta a entrada de sol. Com prédios deste tamanho onde não existia, mais sombras trará ao bairro.


Mas parece que basta levar o mesmo projecto com alterações de somenos importância até ser aprovado.


Viva o nosso pais.

Telas de pintor holandês roubadas em ruas de Alfama



Inacreditavelmente continuam a acontecer coisas em alfama que não deveriam existir. Mesmo quando se tem a certeza que tal não foi efectiado por pessoas do bairro. Vinte e nove das 87 telas do artista holandês Guus Slauerhoff expostas desde 6 de Junho em ruas da Alfama foram roubadas, estando já a polícia a investigar o caso.
Arie Pos, representante de Slauerhoff, disse à que duas ou três das telas desapareceram antes mesmo da inauguração tendo desaparecido pelo menos 15, talvez mesmo 17 ou 18.
Várias dessas telas, segundo Pos, foram retiradas de varandins, o que só poderia ter sido feito com recurso a escadas e utilizando ferramentas para cortar os fios de nylon ou arame que as afixava.


O representante do artista convencido de que se está em presença de uma operação montada "com todo o cuidado" e com meios por profissionais.
As autoridades policiais foram informadas dos roubos na passada quarta-feira pelo representante do pintor, que lhes entregou 15 fotografias dos quadros roubados.
As telas têm dois formatos - 2,40X1,80 e 2,00X1,80 metros - e são de material plástico transparente com quadros e desenhos do pintor estampados. A exposição, intitulada "Facetas da vida", foi a primeira com estas características realizada pelo pintor.
O "valor de produção" (incluindo a impressão e a tela) é de aproximadamente 200 euros cada, mas, se estivessem à venda numa galeria de arte, cada uma valeria pelo menos 1500 euros, assinalou Pos.


Esta exposição já foi referida neste blog, sendo uma exposição que deveriamos ver, no meio deste bairro de tantas saudades.

Instalação da Fundação Saramago na Casa dos Bicos é bem-vinda pelos comercaintes e moradores



Parece que o escritor José Saramago vai ter uma fundação na Casa dos Bicos em Alfama. Pelo menós é o que se lê na VISÃO:




"A instalação da sede da Fundação José Saramago na Casa dos Bicos é bem-vinda pelos comerciantes de Alfama, que acusam a câmara de imobilismo relativamente à zona.
"Alfama podia ser a galinha dos ovos de ouro, pois os turistas querem ver é ruas estreitinhas e roupas penduradas, mas está tudo tão degradado e feio que fogem daqui", disse Josefa Ribeiro, que dirige um loja de artesanato ao lado da Casa dos Bicos.
A mesma opinião é partilhada por outros comerciantes e alguns moradores ouvidos hoje pela Lusa, que consideraram "positiva" a instalação da sede no edifício, classificado em 1910 como monumento nacional.
"Vir para aqui algo que mexa, que dinamize a zona, é sempre bem-vindo, tanto mais que os turistas de manhã à noite fotografam a casa, mas não podem lá entrar, e vindo algo de cultural, sempre entram", disse Mário Sousa Cerqueira, do restaurante Adega do Atum.
Actualmente a servir cerca de 50 refeições diárias, Mário Sousa Cerqueira espera que a vinda da Fundação do Nobel português "traga dinamismo, gente, e que se olhe para a zona com outros olhos".
Segundo Carlos Pinto, que há 27 anos trabalha no restaurante Solar dos Bicos, "a clientela tem vindo sempre a descer", registando este ano um quebra de 50 por cento no número de refeições servidas relativamente há 20 anos.
"Das 250 refeições que servia estamos a servir actualmente cerca de 100", disse.
A insegurança nas ruas, pouca iluminação e o tráfego automóvel são alguns dos factores apontados para afastar os turistas da Rua dos Bacolheiros, apesar de vários atractivos turísticos, nomeadamente as fachadas dos edifícios contíguos à Casa dos Bicos, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a Velha, ou a casa onde nasceu João Pinto de Carvalho 'Tinop', o primeiro autor de uma história do fado.
"Daqui [rua dos Bacalhoeiros] até Santa Apolónia podia ser uma zona pedonal de esplanadas e outras lojas, sendo uma porta preferencial de acesso ao mais bonito bairro de Lisboa que é Alfama", opinou Carlos Pinto.
Josefa Ribeiro assinalou, por seu turno, que "os turistas evitam esta zona pois só vêem feio, conhecem a Rua Augusta e depois procuram alguma forma de chegar ao Castelo".
Para esta lojista, a instalação da Fundação "é bem-vinda, tanto mais que, sendo um pólo cultural, irá atrair gente".
A presidente da Fundação, Pilar del Rio, disse hoje à Lusa que os objectivos são "a agitação e dinamização culturais".
Sem confirmar o que será instalado na Casa dos Bicos ou o futuro das actuais instalações alugadas na avenida Almirante Gago Coutinho, a responsável esclareceu pretender-se "uma aproximação emocional dos portugueses à obra de autores como Jorge de Sena, Raul Brandão ou José Rodrigues Miguéis, entre outros".
A Casa dos Bicos foi mandada erigir por Afonso Brás de Albuquerque, um filho legitimado por Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia.
Passou por vários proprietários, entre eles um comerciante de bacalhau, até que a Câmara a adquiriu em 1967 a Daisy Maria da Silva Knight.
Desde então foram vários os projectos previstos para ocupar os dois pisos da Casa, desde uma exposição permanente relacionada com a presença portuguesa no Oriente, a um Museu da Cidade ou um do Fado até uma casa de fados.
Na década de 1960, quando a imprensa especulava sobre o fim da carreira de Amália Rodrigues, a fadista confessou em várias entrevistas que gostaria de explorar na Casa dos Bicos um restaurante típico de fados.
Raul Lino, que orientou as obras de consolidação de 1969 a 1974, chegou a apresentar um projecto para adaptação a uma "Casa de Goa".
Entre 1980 e 1981 os arquitectos José Daniel Santa Rita e Manuel Vicente apresentaram um projecto de reinterpretação da Casa e decidiram incorporar-lhe, com elementos contemporâneos, os dois pisos que o terramoto de 1755 destruiu.
Em 1983 foi o núcleo "Dinastia de Avis" da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, seguindo-se um hiato na sua ocupação até 1987, quando recebe a Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, que ali permaneceu até 2002.
Actualmente, funcionam na Casa os serviços relacionados com a vereação de Cultura.
As escavações arqueológicas realizadas no início da década de 1980 trouxeram à luz do dia parte da muralha moura, tanques romanos e até uma garrafeira da família Albuquerque."

O CONVENTO DO SALVADOR, EM ALFAMA-LISBOA , E AS CASAS NOBRES DOS ESTEVES DE AZAMBUJA, ARCOS E NORONHAS, DE ALENQUER


O Doutor Carlos Noronha no seu Blog, sobre a história dos monumentos e Igrejas da zona de Alenquer escreveu um texto, que aqui publico, para todos podermos ver a origem do convento do Salvador e do Palácios dos Arcos ou Casa de S. Miguel:

" É digno de interesse a relação entre o Convento do Salvador, em Alfama, e ao lado o Palácio dos condes dos Arcos, e as nobres casas que foram dos Esteves de Azambuja, os condes dos Arcos e os Noronhas, de Alenquer, D. Leão e D.Tomás.
Com efeito, por volta de 1390, D. João Esteves de Azambuja, que foi bispo do Porto e depois arcebispo de Lisboa, fundou no largo do Salvador, em Alfama, o Convento desse nome, que só mais tarde foi acabado, em 1478, por D. Leonor, mulher de D. João II. Esse Convento situava-se no flanco norte desse largo do Salvador que com uma explêndida acácia dominava uma bela paisagem sobre o bairro de Alfama. Ao lado desse Convento foi construído, no número 22, o Palácio do século XVII que foi dos condes dos Arcos e que depois passou para a Casa de S. Miguel, possuindo brasão num cartel de estilo barroco. Este Palácio terá sido palco dos acordos de ligação entre núcleos e vínculos das Famílias descendentes de D. João Esteves, como foi D. Leão de Noronha (1510-1572) e as Casas dos condes de Arcos e posteriormente a Casa de S. Miguel.

D. Leão de Noronha. que está sepultado no ex-Convento e Igreja de S. Francisco, de Alenquer, com brasão e lápide de grande destaque perto da Casa do Capítulo, foi possuidor do famoso "Prazo de Dom Leão de Alenquer" e era um descendente daquele arcebispo D. João Esteves de Azambuja, há quarta geração.
Muito mais tarde um bisneto de D. Leão de Noronha, de nome D. Tomás de Noronha, casou em 1646 com D. Madalena de Brito e Bourbon, filha do 1º conde dos Arcos, D. Luis de Lima Brito de Noronha. D. Tomás de Noronha que foi conselheiro de Estado do rei D. Afonso VI, tornou-se, pelo casamento, no 3º conde dos Arcos porque o 2º conde, seu cunhado, irmão de sua esposa, faleceu sem deixar descendência. Este D. Tomás de Noronha está também sepultado no ex-convento de S. Francisco de Alenquer; serviu na armada real de Ceuta e foi com o seu irmão D. Francisco um dos 40 conjurados da Revolução de 1640. Teve catorze filhos e faleceu em 1669. Um seu neto com nome idêntico ao seu, D. Tomás de Noronha e Brito, nascido em 1679 casou duas vezes. Casou D. Tomás (neto) na primeira vez, em 1705, com 26 anos, com D. Madalena Bruno de Castro, com 16 anos, filha dos condes de Assumar. Teve quatro filhos e quatro filhas. O segundo casamento deu-se em 1731 com D. Antónia Xavier de Lencastre, esta com 20 anos e ele agora com 52. O curioso é que nesse mesmo ano do seu 2º casamento também casou o seu filho D. Marcos José de Noronha e Brito, do 1º casamento, com uma irmã da D. Antónia Xavier de Lencastre, portanto irmã da segunda mulher do seu pai. A mulher do filho, foi D. Maria Xavier de Lencastre, que passou a ser ao mesmo tempo, nora e cunhada do Sr. D. Tomás de Noronha e Brito. Estas duas senhoras irmãs, eram filhas dos 3ºs. condes de S. Miguel. Assim e por aqui a Casa de S. Miguel ligou-se à Casa dos condes d' Arcos.
D. Marcos José de Noronha e Brito foi o 6º conde d' Arcos; teve dois filhos, que morreram cedo, e mais seis filhas. A herdeira da Casa foi D. Juliana Xavier de Noronha e Brito, nascida em 1732 e casou em 1765 com D. Manuel José de Noronha e Meneses, filho do 4º marquês de Marialva e 6º conde de Cantanhede. Este Senhor, pelo casamento, tornou-se no 7º conde dos Arcos. Esta nobre Casa estava, por volta de 1900, representada na pessoa de D. Maria do Carmo das Dores do Socorro e Neiva da Costa Macedo Giraldes Barba de Noronha e Brito Meneses, 11ª condessa, nascida em 1866. Pelo seu 2º casamento com D. Henrique José de Brito e Meneses de Alarcão, começa, julgamos, a perder-se a varonia dos Arcos passando para a de Alarcão e o 12º conde dos Arcos foi D. José Manuel de Noronha e Brito de Meneses e Alarcão que casou com D. Maria Margarida de Jesus Maria Clara Francisco Xavier de Mendonça, em 1936, proveniente da Família dos condes de Azambuja, duques de Loulé e viscondes de Moçamedes.
O antigo e famoso "Prazo de Dom Leão, em Alenquer", passou a ser representado pelos condes dos Arcos, e pela fonte de recursos a que nos socorremos e que abaixo referenciamos, inferimos que o Senhor D. José Manuel de Noronha e Meneses de Alarcão era à época de 1945, daquele documento, talvez o próprio 12º conde dos Arcos que atrás referimos, ou então um descendente com idêntico nome.
Voltando ao Palácio dos condes dos Arcos, podemos dizer, por aquilo que já lemos, que o mesmo foi quase destruído com o terramoto de 1755. Foi, contudo, reedificado e com as obras que teve no século XIX, a sua traça primitiva ficou bastante alterada. A fachada possuia 8 janelas de sacada no andar nobre, tendo mais 3 pavimentos. O portal tinha as armas dos Arcos, com as quinas de Portugal, no 1º e 4º quarteis do brasão e no 2º e 4º quarteis estavam dois leões rompantes com bordadura de ouro e veios, tudo envolto em bordadura de sete castelos. O pátio do palácio possui arcarias trípticas de volta perfeita.
Do largo do Salvador, saem duas importantes ruas: a da Regueira, talvez uma das mais características de Alfama e a outra a rua Guilherme Braga que vai chegar ao largo de Santo Estevão onde se situa a afamada Igreja de Santo Estevão que serviu já de tema a fados castiços de Lisboa.
E aqui bem perto de nós, não em Lisboa mas em Sobral de Monte Agraço, existiu também uma igreja primitiva que tinha como orago S.Salvador, mas hoje só resta uma porta gótica do século XIV integrada na reconstruída capela do cemitério público. É um espaço que há tempos idos fomos visitar, quando nos dirigiamos para a Igreja manuelina de S.Quintino. A Igreja de S. Salvador, do Sobral de Monte Agraço, era românica-gótica com belos capiteis em suas colunas grossas adossadas às paredes em igreja de nave única. Julgamos que os capiteis estavam esculpidos com motivos de flora e fauna da região (cães, leitões ou cordeiros). "


Fontes: - "O Prazo de Dom Leão, em Alenquer", documento de D. José Manuel
de Noronha e Menezes de Alarcão (conde dos Arcos) - Boletim
da Província da Estremadura, série II, nº IX-1945.
- "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira"
- "Roteiro de Portugal - Lisboa"
Por Carlos Nogueira
(lic. em economia, pelo ISEG)

Paulo Portas do passado e o actual a defender os pobres de alfama

O Ex-ministro da defesa, que, enquanto tal, só se preocupava em comprar, submarinos, carros de combate e a tirar 64 mil cópias de documentos secretos do Ministério da defesa para os ter em casa, veio a Alfama exigir medidas urgentes para “melhorar as condições de vida” dos idosos mais desfavorecidos, destacando que os reformados estão a ser os mais prejudicados com a crise.

Infelizmente não que podemos ligar, basta ver o vídeo e ver que o que ele diz não é para se escrever.

Tenho pena que este tipo de visitas ainda tenha a participação de alguém.

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