Alfama

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Venda de um T2 na zona da Sé - Alfama


A Marta Martins está a vender a casa, situada junto à Sé de Lisboa. É um apartamento T2, no 3º andar (sem elevador) de um lindo prédio de traça pombalina, totalmente reabilitado em 2001. O prédio tem 4 pisos, 1 morador por piso.
O apartamento tem cerca de 80 m2 e possui magníficas varandas a toda a volta, recebendo luz todo o dia. Está orientado a Sul / Poente.
O chão é soalho restaurado, as janelas são de PVC, mantendo a traça original. Pé-direito alto.
A cozinha é ampla e luminosa e fica semi-equipada. Casa-de-banho com janela.
Instalações eléctricas, de gás e canalizações totalmente renovadas.

A situação é privilegiada, numa rua sossegada entre a Baixa e Alfama. Fica a 5 minutos do Metro do Terreiro do Paço.

Preço: 210 000 €

Contactos: Marta Martins 962 395 799 E-mail:martimarta@gmail.com



Programação Santiago Alquimista


Doismileoito, If Lucy Fell, Feromona, Samuel Úria e Farra Fanfarra são alguns dos nomes que vão passar pelo Festival Novos Fados no Santiago Alquimista, em Lisboa.


O evento dedicado à nova música portuguesa vai decorrer de 9 a 11 de Abril no espaço de Alfama, com um total de 15 bandas e um DJ por noite.

Aqui fica a programação por dias e por salas:
9 de Abril:

Sala 1
doismileoito
Feromona
Oioai

Sala 2
Samuel Úria
João e a Sombra

10 de Abril:

Sala 1
If Lucy Fell
Murdering Tripping Blues
Gnu

Sala 2
Press Play
Tsunamiz

11 de Abril:

Sala 1
Farra Fanfarra
Anonima Nuvolari
The Ratazanas

Sala 2
Atma
Anaidcram

Alfama por Amalia Rodrigues

Poema de José Carlos Ary dos Santos

Cidadãos mais seguros em Alfama

Aparentemente o facto de exitir o Programa Integrado de Policiamento de Proximidade parece estar a dar uma ideia de maior segurança e conforto para os habitantes e turistas.
Veja aqui esta reportagem onde poderá ver alguns habitantes.

Maratona Digital de Alfama

Falta de clientes preocupa comerciantes de Alfama

Fundação Ricardo Espírito Santo: Restaurar e conservar a História com "saber fazer"

"Restaurar e preservar é palavra de ordem para mestres e aprendizes que há cinquenta anos asseguram diariamente a arte de 'saber fazer' nas oficinas de Arte e Ofícios da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, tornando-se o seu "património imaterial".
Em 1953 o banqueiro e coleccionador Ricardo Espírito Santo doou o Palácio Azurara e parte da sua colecção privada ao Estado Português. Este foi o princípio da fundação com o seu nome, criada como Museu-Escola com as finalidades de proteger as Artes Decorativas Portuguesas e os ofícios tradicionais com elas relacionadas.
Cinquenta e seis anos depois, a Fundação Ricardo Espírito Santo (FRESS) encontra-se no Palácio da Azurara, Alfama, e dispõe de 18 oficinas ligadas a ofícios tradicionais, relacionadas com a arte de trabalhar a criação e recuperação de objectos de madeira, metais, têxteis, papéis e peles, vindos de outras épocas em que não eram utilizados materiais como a cola ou os pregos de hoje em dia.
"Todo o trabalho é feito com muito rigor e muita mestria como se fosse feito há 200 anos. É esse 'saber fazer' que é a ideia inicial desta casa: criar um Museu de Artes Decorativas que funciona como Museu-Escola", disse à agência Lusa a directora do Museu de Artes Decorativas Portuguesas, Conceição Amaral.
Foi com este rigor e mestria que se restaurou recentemente o acervo e pintura do Hotel Palácio Seteais, em Sintra, numa obra que envolveu 13 oficinas de artes e ofícios e 40 trabalhadores na recuperação de duas mil peças, na sua maioria datadas do século XVIII, incluindo mobiliário, tapeçarias, luminárias, pinturas murais, gravuras e porcelanas.
A trabalhar na oficina da Talha há quase uma década, José Durão já perdeu a conta ao número de peças que tem restaurado e criado e garantiu à Lusa que, para se trabalhar nesta área, tem de se ter "paixão pela profissão".
"Trabalho na Fundação há oito anos, tirei o curso cá e continuei, como bastantes outras pessoas que vão ficando e fazendo a ponte entre os mais antigos que vão saindo por razões de reforma. Nós ficamos para dar continuidade e para ensinar os próximos de forma a que estas artes não se percam", disse.
Actualmente, José Durão encontra-se a recuperar uma estatueta de Jesus Cristo à qual o tempo se encarregou de retirar um dos dedos, e que, após intervenção na oficina da Talha, seguirá para a Pintura, de forma a concluir o restauro.
A Mestre e chefe da oficina da Encadernação e Decoração de Livros, Graça Jordão, orgulhosa da colecção de mais de dois mil ferros (utilizados para decorar os livros, alguns deles datados do século XVI), trabalha no seio desta "família" há 43 anos e após ter passado por diversas oficinas da Fundação especializou-se na recuperação de livros.
"Com os mestres que passaram pela fundação adquirimos um saber diferente que me valeu para estar agora aqui", disse a Mestre, que dá formação e pequenos cursos a "gente mais nova", de forma a garantir a continuidade deste ofício que já lhe "colocou" nas mãos "algumas pequenas relíquias", como um exemplar dos Lusíadas do século XVI.
Segundo o presidente da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, Luís Calado, as oficinas "são uma componente importante para o projecto global da Fundação, que tem três grandes núcleos".
São eles "o Museu de Artes Decorativas Portuguesas, que foi por aí que nasceu a Fundação, e duas escolas que ensinam as artes tradicionais e é daí que saem os futuros mestres oficinais".
"As oficinais são uma componente importantíssima quer do suporte às escolas quer na política de implementação de conservação e restauro que esta casa tem", sublinhou, adiantando que a Fundação é uma "instituição do Estado inserida da orgânica do Ministério da Cultura".
Segundo o responsável, "há aqui 'saber fazer' do ponto de vista da intervenção da conservação e restauro e conhecimento técnico da ciência da conservação e restauro".
"A Fundação tem competência, capacidade e organização capazes de liderar a conservação e restauro do país, quer no mercado quer em termos da formação profissional", afirmou ainda."


In Agencia Lusa

50 anos da morte de António Botto

No dia em que se completa 50 anos sobre a morte de António Botto (16 de Março de 1959), o escritor Eduardo Pitta profere uma palestra intitulada “Toda a verdade será castigada” na Casa Fernando Pessoa. Botto, ainda menino, vem viver para Lisboa, para o bairro de Alfama, onde cresceu. Tendo publicado um livro em 1933 intitulado Alfama
António Botto gozou sempre de uma certa protecção de Pessoa que prefaciou obras suas e através da sua autoridade caucionou a obra de Botto, não que sua poesia precisasse, mas Botto enquanto Pessoa viveu esteve protegido de um já característica maledicência lusitana. Homossexual assumido, filho de um fragateiro, sem grandes habilitações académicas, Botto estava naturalmente “desprotegido” e era um alvo fácil de alguma chacota, ebm contrário do seu companheiro de borgas, Raul Leal, sempre salvo pela família burguesa a que pertencia.Eduardo Pitta autor de contos e romances de teor homossexual dirige desde o ano passado a reedição das obras completas de Botto através da nortenha Quási Editores. “Canções e outros poemas” e “Fátima” foram os dois títulos editados e este ano será publicado “Cartas que me serão devolvidas”. Pitta defende que Botto continua hoje a ter o interesse do público, até porque tem uma poesia muito musical. O escritor frisou à imprensa, a quando do lançamento dos dois primeiros títulos do poeta que "em Botto, o amor tem género, é masculino, sem medos e afirmativo. Tendo antecipado de forma estridente a evidência da experiência".
António Botto morreu no Rio de Janeiro, para onde se auto-exilara em 1947, depois de ter sido expulso da função pública, vítima de um atropelamento por uma viatura oficial. Natural de Casal da Concavada (Abrantes) Botto era filho de um homem que trabalhava nas fragatas do Tejo. Ajudante de livraria durante a juventude, entrou na função pública como escriturário de segunda no Governo Civil de Lisboa, publicou pela primeira vez aos 22 anos, "Flor do mal". A primeira edição de "Canções" foi mandada apreender em 1922 e gerou até manifestações dos estudantes das escolas superiores de Lisboa contra a obra. Entre esses estudantes, encontrava-se Marcelo Caetano que num artigo se congratulou com o facto de “aquela papelada imunda, que empestava a cidade” /sic/ ter sido cremada no Governo Civil, onde aliás Botto era escriturário. A estas fortes oposições, além de Pessoa, Botto contava com admiração de Adolfo Casais Monteiro, José Régio e João Gaspar Simões. Todavia e, apesar da apropriação que o fado fez da sua poesia, quando os seus restos mortais vêm para Portugal, em 1965, oito anos após a sua morte, no cemitério do Alto S. João, em Lisboa, estavam apenas no Alto de São João, José Régio, Ferreira de Castro, Natália Correia, David Mourão-Ferreira e os artistas plásticos Luís Amaro e Dórdio Guimarães.
Hoje Botto será ainda um poeta maldito? Ou aquele que teve a coragem de ser e escrever nas primeiras décadas do século XX, o que muitos poetas hoje sendo iguais na condição e na opção preferem a comodidade do meio-termo e uma certa cumplicidade do “talvez”.

No Tejo

Depois da faina, o navio -
Já lá vai pelo mar fora!
A faina foi dura e a carga
Foi tanta que o alcatrate
Quase que ficou rez-vez;
Tinham que olhar com cuidado
Aonde se punha os pés!

Mas tudo se fez e em bem!

O peor foi a noite perdida
Sempre a mexer e a trabalhar
Para o navio largar
Ao romper da madrugada!
Noite fria de Novembro
Em que as estrelas tristes lá no céu
Pareciam distantes e perdidas
De tudo a que elas dão amparo e guia!

Parecia que a noite era infinita
Que não deixava
Nascer o dia!
Ninguém dormiu. O camarada,
O arrais, o moço - e ao porão,
Uma contra-mestre aloirado,
Tipo nórdico a fumar,
Continuamente, cachimbo,
Ia dizendo a uns dois
Que arrumassem com cuidado
A carga que ia descendo...
O barulho dos guindastes
Raspava na pele impulsos
Que davam tosse e mau-estar
E como de um gigante que dormisse
Ouvia-se a respiração do mar!

Mas com a luz do Sol, oiro e alegria!
Passam, agora, lentos e lavados
- Só a vela de estaia vai erguida!
Os barcos com os mastros levantados
A caminho das docas onde ficam
À espera de outras sáfaras iguais!

Uma mulher dá de mamar ao filho
Ali sentada a um canto sobre o cais!

Ainda há muitos furtos de azulejos em Lisboa

Há um ano foi criado o projecto SOS Azulejo para actuar na prevenção do roubo deste património e sensibilizar os lisboetas para a sua importância. O Destak falou com João Oliveira, coordenador de investigação criminal da PJ, especializado em furto de bens culturais, sobre o roubo destes objectos.


Como é que o projecto SOS Azulejo ajuda a PJ?
A investigação da PJ é parte interessada nesse projecto. Porque desde logo dá uma visibilidade muito maior a toda esta questão dos azulejos, sensibiliza as pessoas, fá-las tomar consciência da importância e do valor histórico-cultural que os azulejos têm no panorama nacional. Se as pessoas estão mais consciencializadas, quando se deparam com uma situação de incúria, de dano ou mesmo de furto, logicamente têm mais condições para tomarem a iniciativa de procurarem as autoridades e participarem a situação. Mais importante do que o êxito da investigação é a salvaguarda do património cultural que é de todos nós.
Como define o panorama de Lisboa, quanto ao roubo de azulejos? Há muitos a serem roubados?
Por poucos que hajam nós achamos que são sempre muitos. Mas objectivamente (e infelizmente) ainda há muitos problemas relacionados com furtos de azulejos. Nós queremos acreditar que já se atingiu o topo e agora está a diminuir.


Quando foi essa época?
2003, 2004…


Por algum motivo em especial?
Ao nível da prevenção não estavam criadas as condições que existem hoje, desde logo. Depois, temos que perceber que saímos de uma época como a década de 90 que foi uma época de prosperidade, em que os bens ditos culturais tiveram grande procura. Portanto, os azulejos que num primeiro momento não eram um dos bens mais procurados, começaram a ter procura. E como já foi uma procura mais tardia que os outros tipos de objectos, logicamente o fenómeno fez-se sentir com mais acuidade no início desta década. Foram situações em que se detectaram grandes furtos, muita quantidade de azulejos foram furtados.


De onde são retirados os azulejos?
São retirados de prédios, quer públicos, quer privados, principalmente palacetes, casas apalaçadas. Tanto do exterior como do interior. Estamos a falar muitas vezes de imóveis que estão abandonados – um problema muito grave também é a incúria, que depois traz associado o fenómeno do furto.


Existe um perfil de quem rouba azulejos?
Aqui na cidade de Lisboa – que é o local do País onde este problema se faz mais sentir – já há uma percepção do valor dos azulejos. Aliás, essa percepção deu também contributos para o aumento do fenómeno dos furtos de azulejos. Ao mesmo tempo existe uma disponibilidade enormíssima e ainda, para completar o ciclo, uma grande procura.
Em relação aos perfis, há dois segmentos. O da pequena criminalidade, do indivíduo que não é especializado em bens culturais, muito menos nos azulejos. Normalmente são cidadãos com problemas de toxicodependência, que vêm no furto de alguns azulejos – quando falo de alguns são mesmo poucas peças – uma forma de ganhar dinheiro para a dose diária que vão consumir.
Depois temos o domínio que já entra na criminalidade organizada, em que se percebe claramente que há um trabalho de preparação e execução com uma elaboração técnica que pressupõe que se saiba exactamente o que se está a fazer. Imagine um quadro de azulejos com uma dimensão considerável, como é que se vai retirar aquilo de uma parede sem danificar? Há técnicas e utensílios próprios para fazerem aquele trabalho com garantia de não danificação elevada.


Posso comprar azulejos roubados numa loja?
Clara e objectivamente pode. Alguns comerciantes compram azulejos que têm perfeita noção que têm proveniência ilícita. Mas há também as situações em que os comerciantes têm em exposição azulejos que eles próprios desconheciam em absoluto que eram roubados. Quando isso se verifica os comerciantes ficam isentos de responsabilidade. Mas isto tem que ser dito: há maior garantia, da parte do cidadão que vai comprar o azulejo, fazê-lo numa loja especializada na área do que se o fizer numa feira.


Como é que se pode fazer uma denúncia?
Não são necessárias denúncias formais, basta um telefonema. Pode até ser por email, por carta ou podem vir aqui à PJ. Posso assegurar-lhe que todas as situações que nos são reportadas, seja por que forma for, mais formal ou mais informal, são objecto de uma averiguação nossa.
Que zonas da cidade são mais alvo destes roubos?
Toda a zona da Baixa, pela riqueza de azulejos que aí existem. Alfama, Bairro Alto, toda aquela zona é de onde temos reporte de maior número de situações. Mas é por toda a cidade.


Qual é o valor monetário destes azulejos?
Varia muito. Em Lisboa existe o maior comércio de azulejos do mundo e se for a uma loja especializada ficará com certeza estupefacta com os valores. Pode ver conjuntinhos de quatro azulejos na ordem de mais de mil euros. Tudo isto em função de um conjunto de características que os azulejos devem ter: a época, um azulejos do século XVII é muito mais caro que um do século XVIII, temos que ver a azulejaria antes do terramoto e depois do terramoto, se se trata de um azulejo padrão ou de painéis, se é de autor, são muitas as variáveis que ditam o valor a pagar.


O que fazem com os azulejos que são recuperados?
Se for detectada a sua origem são devolvidos aos proprietários. Mas por vezes apreendemos azulejos mas não conseguimos estabelecer uma ligação com o local de onde foram furtados. Esses azulejos revertem a favor do Estado e uma parte deles são encaminhados para o nosso museu.


In Destak

Inês Santinhos Gonçalves igoncalves@destak.pt

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