Alfama

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Comunicação Oral


Grande parte da comunicação em Alfama faz-se de modo oral. Tudo se sabe e é divulgado de modo oral. Muitas vezes parece que não existe, neste bairro, novas tecnologias.

Tudo o que se passa, no bairro, não é segredo e podem os mais defensores da privacidade desistir pois nada no bairro se consegue esconder. Exemplo disso foi algo que se passou na ultima semana.

Eu tive uma doença, que já está a ser curada - A Zona - que me obrigou a ficar de cama uns dias. Ao visitar os meus pais, estacionei o carro na rua da alfandega e tive de andar cerca de 80 metros até chegar ao pé deles. Nesses pequenos metros fui confrontado com quatro pessoas que já sabiam da minha doença e que tinham a forma ideal para a sua cura. Parecia que tinham informado no telejornal, e logo na noticia de abertura, que eu tinha esta doença.

Claro que também recebi, por quatro vezes, a noticia que a D. Júlia tinha falecido.

Existe como que um jornal oral que vai divulgando as noticias do bairro.E a velocidade de distribuição da noticia varia em função da gravidade, novidade e espectacularidade da mesma.

Para pessoas que, nos dias de hoje, não conhecem os restantes condóminos dos prédio onde moram à vários anos é algo impensável. A nossa sociedade veio criar um novo ser das cidades, egocêntrico, egoísta e muito defensor da sua vida pessoal, como que um forte onde só entra quem ele quer.

Esse ser ainda não nasceu em Alfama e os que entram ou mudam ou desistem e saem deste bairro.

No sentido positivo, tal situação vem demonstrar que, como numa família, todos sabem a história e as estórias de todos, mas estão sempre lá para ajudar.

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