Alfama

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Vidas de Alfama

Alfama, apesar de ser um bairro a preservar, tem alguns problemas que não podem ser descurados.
Desde logo, a toxicodependência, o alcoolismo, a gravidez juvenil, a falta de escolaridade dos habitantes, e , até há bem pouco tempo, a pequena criminalidade.
Começando pela parte boa, o facto de existir dois policias que andam de motorizada em Alfama, que andam por todos as ruas, becos e escadinhas e por falarem com os habitantes veio dar um certo ar de mais segurança. Que, na realidade já é verdade.
Fico contente por ver que o meu bairro está mais seguro, que poderá dar mais segurança a quem o visita, a quem vive nele, a quem o adora.
Por outro lado, a falta de escolaridade da população, especialmente a mais nova, veio trazer todos os outros problemas. O alcoolismo, a toxicodependência, a gravidez juvenil, no fim, o fado das habitantes de Alfama.
Penso, e penso não estar errado, que a grande solução de Alfama não passa só pela recuperação habitacional. Passa pela recuperação da população e pela sua maneira de pensar. É necessário que a população invista mais nela própria. Queira ser melhor do que é. Queira progredir. Só querendo melhor do que os nossos antepassados poderemos melhorar as nossas vidas.
E isto não é ofender os nossa ascendentes é dar-lhes orgulho. Eu quero que os meus filhos sejam melhores do que eu. Assim, melhorando a vida, olhando para ela de outro modo eu vejo o meu bairro de outro modo. Já não ponho grafite nas paredes, pinto-as; já não roubo os azulejas, protejo-os; já não ofendo os visitantes, sou simpático com eles, já não ofendo o meu bairro, divulgo-o.
Por muito que adore este bairro fico triste quando vejo que alguns dos meus companheiros de infância já morreram. Vitimas de uma promessa de vida fácil que provocou a sua morte por Sida.
Fico triste quando dou uma moeda por estacionar o meu carro a um amigo de infância que tinha o sonho de ser piloto e, de sonho em sonho, entrou no pesadelo da droga.
Fico triste quando vejo uma adolescente que conheço desde que nasceu, trocar o seu sonho por duas crianças indesejadas, que irão sofrer o resto da vida duas noites não pensadas.
Mas a esperança é a ultima a morrer. Todos juntos poderemos mudar as coisas. Uma de cada vez, e uma só longo prazo. devemos dar informação sobre as consequências da droga e de doenças sexualmente transmissíveis. Apesar de existir muitas campanhas de informação, nunca nenhuma será demais. Ter um local onde, discretamente a população se poderá dirigir e colocar as suas duvidas, sem que o resto da população possa veja os seus problemas.
E no fim, dar instrução para que, pelo menos a próxima geração não cometa os mesmos erros que a minha.

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