A prisão do Aljube, foi uma das prisões do antigo regime, fechada a seguir ao 25 de Abril de 1974, sendo hoje a sede do Instituto de Reinserção Social.
A prisão do Aljube, devido ás suas características nunca foi uma prisão para cumprimento de penas, mas uma prisão onde os presos ficavam quando estavam a ser interrogados na sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso.
O local onde a prisão estava facilitava a comunicação dos presos que não estavam na solitária de comunicar com os vizinhos do pátio com o mesmo nome, mandando e recebendo informações dos familiares.
O terraço da Sé catedral facilitava que os presos que se encontravam nas celas da frente do mesmo pudessem ver os familiares, que ao domingo depois da missa iam para o terraço para comunicar com os detidos.
Chegou a existir presos que a primeira vez que viram os filhos foi através das celas em cima do terraço.
A tortura mais usada nesta prisão era a tortura da solidão nos "curros" - celas com o cumprimento do corpo a a largura do tronco, mais um braço estendido. Onde não existia luz natural e a luz eléctrica praticamente não se acendia. os presos, em nome da resistência física, inventaram jogos para se distraírem e resistirem. Jogos de futebol com os botões das camisas, jogo da batalha naval com o companheiro da cela do lado onde as jogadas eram transmitidas através de batidas nas paredes.
Quando estavam juntos havia a "ida ao cinema" - um dos presos contava a história de uma filme que tinha visto cá fora.
Muitos sucumbiram e muitos resistiram. Todos foram heróis. hoje temos a liberdade que muitas vezes não sabemos usar. Nunca se esqueçam a Liberdade custou a ser ganha mas perde-se num estante. Mas acima de tudo e apesar de a Liberdade ser um direito, A MINHA LIBERDADE TERMINA ONDE COMEÇA A TUA E VICE VERSA.
2 comentários:
o aljube foi prisão politica até 1966 depois os presos foram para Caxias
como o limoeiro, teve alguns presos comuns até 74. de lá poucos fugiram, mas salienta-se a fuga de Pavel, dirigente do PCP k Cunhal terá mandado matar (2º declarações do próprio Pavel na déc 90 quando visitou o aljube, já c/ 90 anos, na 1ª vez que veio a Portugal depois do exílio venezuelano)
Só hoje vi este comentário porque hoje acedi pela primeira vez ao vosso blogue. Uma correcção, aliás, duas: o Aljube encerrou como prisão política em Abril/Maio de 1965 e não em 1966. Fui dos últimos a estar nos curros. A partir daí os presos iam todos para Caxias que, entretanto, recebera beneficiações no reduto norte. Em 1968/69 os curros do Aljube foram desmantelados e toda a cadeia foi adaptada para receber cerca de 100 presos de delito comum, porque o Limoeiro não era suficiente. Aproveito para informar que a partir da próxima sexta-feira, dia 15 de Abril e até 5 de Outubro, vai estar patente no Aljube uma importante exposição sobre a repressão da PIDE e as suas vítimas. Artur Pinto
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